Piauiense cria marca de geleias artesanais que inclui pequi, cajuína, bacuri, cachaça, abacaxi e pimenta

Hoje, estreia o Blog intitulado "Feito por Mim" que tem o objetivo de mostrar o trabalho das pessoas criativas do Piauí, que inventam, reinventam e que fazem os mais variados produtos de qualidade para vender e tirar o sustento do lar, da família. É um espaço de mídia digital voltado para quem empreende. Em resumo, é uma espécie de vitrine do artesanato e das criações oriundas do nosso povo trabalhador.

VEJA A ENTREVISTA COM A CHEF ELIZ

E a estreante do Blog é a Elizangela Martins, mais conhecida como Chef Eliz Melo, uma piauiense empreendedora. Técnica em Cozinha pelo Instituto Federal do Piauí e graduada em gastronomia pela Unifacid Wyden, criou uma marca de sucesso de sabores piauienses, a Eliz Geleias, que tem o diferencial de incluir produtos tão nossos, como a Cajuína, Cachaça, Pequi, Caju, Bacuri, Pimenta, Maracujá, Cupuaçu, Cajá e Abacaxi.

A ideia de fazer a geleia surgiu durante o curso e hoje o produto já foi enviado para mais de 10 países após encomendas pela internet. Afirma que o meio digital abre um leque enorme, trazendo alcance mundial para seus produtos. Além das geleias, tem os molhos de pimenta artesanal, malagueta e de pimenta Harbanero.

Em que momento você teve a ideia de produzir algo para comercializar?

Durante o período em que eu estava no Curso Técnico em Cozinha, no Instituto Federal do Piauí, senti a necessidade de delimitar com qual tipo de produto trabalharia, assim, após o desafio de uma grande cozinheira para que eu desenvolvesse uma geleia de pequi, comecei a testar mais sabores, criar combinações e senti que havia uma demanda a ser preenchida na região, nascendo, então, a Eliz Geleias.

Contando com a ajuda de familiares quanto ao impulso financeiro e logística, até hoje. Meus filhos fazem as artes. Já, eu, meu genro e a Mônica fazemos entregas quando necessário.

Você trabalhava em outro setor?

Sempre estive envolvida com o setor de eventos e comidas artesanais, porém, o trabalho com geleias é recente em minha vida.

Quais os incentivos que deveriam ter para os pequenos e pequenas empreendedoras?

Acredito que os nichos deveriam se abrir mais e aproveitar a multidisciplinariedade dos profissionais, para que o crescimento aconteça de forma orgânica e mútua.

As linhas de crédito deveriam ser um pouco mais facilitadas e que os incentivadores do Sistema S buscassem mais os pequenos empreendedores para trabalhar seus medos e acertos. As universidades públicas também deveriam buscar investir num relacionamento mais próximo com os empreendedores. Essa união geraria inúmeros produtos e transferência de know-how entre as partes.

E isso é algo, inclusive, defendido por minha filha Dandara Bacelar, que está desenvolvendo um projeto de consultoria focado no microempreendedor local, junto ao Mestrado PROFNIT da Universidade Federal do Piauí, para que as relações se estreitem e sejamos melhor guiadas neste mundo de incertezas pós-pandemia.

Conte um pouco sobre sua satisfação em poder ter seu próprio negócio.

O prazer do empreendedor não está em vender grandes quantidades, está em oferecer qualidade e prazer aos consumidores, pois o momento de uma alimentação é muito sagrado e fazer parte do dia a dia das pessoas nesse período tão difícil, por meio da minha produção, aquece meu coração. Uma das coisas que me move é saber que estou fazendo meus clientes felizes!

Como e quando começou tudo?

Começou durante meu curso técnico de cozinha, como mencionado acima e logo após, parti para a Graduação em Gastronomia na Unifacid Wyden, a qual termino agora no fim de 2021.

A pandemia ajudou ou atrapalhou em relação ao seu projeto?

No início, a pandemia trouxe uma queda no faturamento, porém, foi um trampolim no quesito relacionamento com o cliente em ambiente virtual, considero este ponto como bastante positivo, mas em compensação, ocorreu um aumento gritante no preço dos insumos, o que acarretou aumento no valor do produto e, por vezes, o consumidor não compreendeu. Não dá para pagarmos para trabalhar, temos que nos adequar ao mercado! Fato!

Como você imagina o seu empreendimento daqui a 5 anos?

Pretendo inaugurar um ambiente físico futuramente, para que os clientes possam desfrutar de uma experiência mais imersiva no mundo da cozinha artesanal.

Também pretendo finalizar o processo de registro e proteção da marca Eliz Geleias e assim, possuir mais segurança jurídica. Além de estar mais experiente, por meio de cursos e consultorias no setor.

Qual a melhor maneira que você acha para a venda do seu produto, on-line ou físico?

Atualmente, sem dúvidas, o meio digital, ele abre um leque enorme, trazendo alcance mundial. Nossas geleias já foram enviadas para mais de 10 países, entre europeus e sul-americanos. As redes sociais são grandes as amigas dos empreendedores, principalmente os pequenos!