Lula se reúne com representantes das duas maiores potências econômicos do Planeta

O presidente eleito vai fazer pronunciamento na COP 27, no Egito, às 12h15, desta quarta-feira, quando apresentará a Carta da Amazônia

Por Djalma Batista - editor e repórter em 15/11/2022 às 22:00:15
Lula e John Kerry conversam no Egito sobre os projetos que vão trazer muitos recursos para investimentos no Brasil. (Fotos: Ricardo Stuckert)

Lula e John Kerry conversam no Egito sobre os projetos que vão trazer muitos recursos para investimentos no Brasil. (Fotos: Ricardo Stuckert)

O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva postou em suas redes sociais, às 20 horas desta terça-feira, 15, que vai fazer um pronunciamento na COP27, no Egito, às 12h15 desta quarta-feira, 16, horário de Brasília, numa área da ONU, onde apresentará a Carta da Amazônia.

"O Brasil está de volta ao mundo para debater a questão climática", falou Lula nas suas redes sociais.

No Egito, Lula teve uma agenda cheia. Nesta terça-feira, 15, se reuniu com John Kerry, enviado especial dos Estados Unidos à COP27, e com o representante da China na conferência sobre clima, Xie Zhenhua. Ambos representam seus países, as duas maiores potências econômicas do mundo, no debate climático da COP27.

Lula e Xie Zhenhua, o representante da China na COP 27. O presidente eleito do Brasil estabeleceu diálogo com as grandes potências econômicas mundiais para colocar o país em posição estratégica no mundo. (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente eleito do Brasil conversou com a deputada federal eleita Marina Silva sobre a participação da sociedade civil brasileira na COP27. Ele disse à Marina que o Brasil voltará a ser referência na questão climática mundial.

"Na COP 27, vou reforçar nosso compromisso com a melhoria da vida das pessoas. O Brasil está de volta ao cenário mundial para discutir a preservação ambiental, sustentabilidade, desenvolvimento e combate às desigualdades. Desmatamento zero não é um sonho, é uma realidade. Brasil vai liderar pelo exemplo e será motivo de orgulho no mundo", reforçou Lula.

Ao longo da campanha, o presidente eleito se comprometeu a retomar a política de preservação do meio ambiente que marcou o governo dele a da presidenta Dilma Rousseff e a colocar um fim na devastação bastante ampliada no governo Jair Bolsonaro.

Enquanto, juntos, Lula e Dilma reduziram o desmatamento da Amazônia em mais de 70%, o governo que se encerra o aumentou em quase 57%. Não por acaso, o Brasil voltou a ser respeitado por outros governos imediatamente após a vitória de Lula.

Provas disso são o fato de a Noruega ter anunciado que retomará as doações para um fundo de preservação da Amazônia e a enorme expectativa que a ida de Lula a COP-27 tem gerado. Antes do evento, o presidente eleito, que fará um pronunciamento no evento na quarta-feira, recebeu pedido para ao menos 10 encontros bilaterais com lideranças de outros países e órgãos internacionais.

Na COP, Lula deve anunciar ao mundo que o Brasil volta a ter um governo comprometido com a preservação ambiental e pronto para liderar o combate às mudanças climáticas.

Lula também deve reassegurar seu compromisso de combater os garimpos ilegais e a invasão de terras indígenas e de criar um ministério voltado especificamente para as questões dos povos originários.

Pedido de informações

Nesta segunda, o Gabinete de Transição Governamental anunciou que solicitou ao atual governo os dados mais recentes do Projeto de Monitoramento do Desmatamento (Prodes) para a Amazônia e o Cerrado.

"Solicitamos que os relatórios completos dos dados do Prodes Amazônia e do Prodes Cerrado, no período de agosto de 2021 a julho de 2022, sejam enviados para que possamos analisar as informações", disse o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin. "A informação é de que os números já existem, mas não estão sendo divulgados", justificou.

Segundo Alckmin, o combate ao desmatamento é uma das principais preocupações de Lula, pois, sozinha, a derrubada de florestas representa hoje quase metade das emissões de gases do efeito estufa no Brasil.

A equipe de transição já analisa como repor o orçamento do Ministério do Meio Ambiente e das ações de fiscalização e combate ao desmatamento. Uma das fontes, explicou o coordenador dos grupos técnicos de transição, Aloizio Mercadante, será o Fundo Amazônia, mantido por Alemanha e Noruega.

"O Fundo Amazônia tem hoje cerca de R$ 3 bilhões que foram retidos devido à falta de compromisso do governo brasileiro com o combate ao desmatamento. Nós já tivemos conversas com o governo da Alemanha e da Noruega, que vão autorizar, no dia seguinte à posse, a liberação desses recursos", disse Mercadante.


Agenda de Lula na COP-27:

– Na quarta-feira (16), Lula participa, às 16 horas (horário de Brasília) do evento "Carta da Amazônia – uma agenda comum para a transição climática", junto com os governadores Antônio Waldez Góes da Silva, do Amapá, Gladson de Lima Cameli, do Acre, Mauro Mendes, do Mato Grosso, Helder Barbalho, do Pará, Wanderlei Barbosa, do Tocantins, e Marcos Rocha, de Rondônia.

– Às 22h15 (hora de Brasília), Lula faz seu pronunciamento na COP27, na área da ONU (Blue Zone).

– Na quinta-feira (17), às 15 horas (horário de Brasília), Lula se encontra com representantes da sociedade civil brasileira, no Brazil Hub, e, às 20 horas (horário de Brasília), com o Fórum Internacional dos Povos Indígenas/Fórum dos Povos sobre Mudança Climática.

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