Parque Nacional Serra da Capivara, no sudeste do Piauí, é indicado a Patrimônio Natural da Humanidade

A Serra da Capivara tem tantas riquezas, mas é importante destacar que é um dos mais completos do planeta pelos museus da Natureza e Museu do Homem Americano

Por Portal O Piauí em 11/01/2023 às 15:54:05
A Serra da Capivara, com a nova indicação, passa a ser mais protegido e mais visível em todo o Planeta.Foto: Edu Coelho

A Serra da Capivara, com a nova indicação, passa a ser mais protegido e mais visível em todo o Planeta.Foto: Edu Coelho

O Parque Nacional Serra da Capivara, na região de São Raimundo Nonato, foi indicado para se tornar Patrimônio Natural da Humanidade, como forma de reconhecimento por sua cultura e biodiversidade ricas e de características únicas. Mais uma ação de nível mundial que torna esta pérola piauiense ainda mais visível no planeta e protegido para as atuais e futuras gerações.

Em 2022, um dos maiores jornais do mundo, o The New York Times, no Estados Unidos, colocou a Serra da Capivara na lista dos 56 destinos turísticos mundiais. Em 1991, o Parque foi inscrito pela Unesco na lista de Patrimônio Mundial pela importância dos seus sítios arqueológicos.

Com uma área de 130 mil hectares, o Parque da Serra da Capivara tem mais de mil sítios arqueológicos com pinturas e gravuras rupestres pré-históricas, que retratam guerras, caçadas e outros aspectos do cotidiano dos antepassados.


O Parque já é considerado, desde 1991, Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em 1993, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na categoria Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico. Com a nova indicação, pode se tornar Patrimônio Misto da Humanidade. Atualmente, somente Paraty e Ilha Grande, no estado do Rio de Janeiro, são reconhecidas desta forma.

De acordo com o secretário de Cultura do Piauí (SECULT), Carlos Anchieta, a indicação do Parque é consequência de sua importância enquanto sítio arqueológico e do seu grande valor cultural. "O Parque merece essa indicação por conta de suas riquezas, sua paisagem belíssima, seu estado de preservação e sua importância turística e na realização de pesquisas. E o Piauí só tem a ganhar com esse reconhecimento", disse o secretário.


Segundo a doutora em arqueologia e chefe do Parque Nacional Serra da Capivara no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Marrian Rodrigues, uma nova chancela seria motivo de muito orgulho.

"Caso se concretize, esse título será mais um reconhecimento pelo grande trabalho que vem sendo realizado, onde já fomos considerados, inclusive, um dos parques mais bem administrados e preservados da América Latina, segundo a Unesco. Então, essa nova conquista traria muitos benefícios, além de mais responsabilidades, visto que o nosso trabalho e o do País na proteção desse patrimônio só aumentaria", destacou a arqueóloga.

O parque será avaliado pela ONG World Heritage Watch, ligada à Unesco, a partir de alguns critérios, como: fenômenos naturais e áreas de excepcional beleza; ser um exemplo representativo de alguma fase relevante da história da humanidade; representações eminentes de processos ecológicos e biológicos da evolução do ecossistema; conservação da biodiversidade e presença de habitats naturais representativos.

Além do Parque Nacional Serra da Capivara, outros locais bastante conhecidos foram indicados para receber a chancela de Patrimônio Natural. São eles Lençóis Maranhenses (MA), Parque de Itatiaia (RJ), Raso da Catarina (BA), Cavernas de Peruaçu (MG), os banhados do Taim (RS) e a Serra do Divisor (AC).


As riquezas que envolvem a Serra da Capivara são tantas, mas duas em especiais precisam ser citadas. Dentro do Parque existem dois importantes museus, que são o Museu da Natureza e o Museu do Homem Americano. Eles guardam tesouros muito importantes para a história e a cultura mundiais.


Fundação do Homem Americano mostra como é o parque da Serra da Capivara

O maior atrativo cultural do Parque são os registros rupestres pré-históricos, pintados ou gravados sobre as paredes e os afloramentos rochosos. Consideradas como formas gráficas de comunicação utilizadas pelos grupos pré-históricos que habitaram a região, abordam uma grande variedade de formas, cores e temas. Foram registrados abrigos sob rocha pintados com cenas de caça, sexo, guerra e diversos aspectos da vida cotidiana e do universo simbólico dos seus autores.

Clima e Ambiente

O clima da região é semiárido. Duas estações bem diferenciadas se alternam originando uma verdadeira metamorfose na paisagem. As chuvas ocorrem entre os meses de novembro a março. Um grande volume de água escorre com força pelas rochas, causando forte efeito erosivo. Nessa época, o Parque torna-se uma pradaria com múltiplas tonalidades de verde e vegetação exuberante.

Com o fim das chuvas, tudo começa a secar e a paisagem se transforma rapidamente em um emaranhado de troncos esbranquiçados, retorcidos e cobertos por espinhos. É a época mais quente do ano e a seca toma conta da região.

Geomorfologia e Paisagem

A paisagem do Parque merece destaque pela sua singularidade geomorfológica, com formações areníticas, cânions profundos e boqueirões onde se acumula água.

Até o ano de 2018, foram registrados mais de mil sítios com pinturas e gravuras rupestres pré-históricas, indicando uma das maiores concentrações de sítios pré-históricos do mundo por quilômetro quadrado.

Fauna e Flora

Com a retomada das primeiras chuvas, a vida acorda. As plantas recuperam suas folhas e cobrem novamente a região com um manto verde. A fauna movimenta-se, os reservatórios naturais de água renovam-se e o ritmo da vida renasce.


Comunicar erro
BANNER QUEIMADAS

Comentários

Mulheres Acompanhantes