Apicultura do Piauí lidera pelo quarto ano consecutivo as exportações de mel de alta qualidade

A qualidade do mel do Piauí gera grande interesse mundo afora por ser polifloral, resultante da mistura de várias plantas silvestres

Por Portal O Piauí em 11/08/2022 às 09:34:10

O Piauí deve manter, pelo quarto ano consecutivo, a liderança nas exportações de mel de elevada qualidade entre os estados brasileiros. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, de janeiro e julho deste ano, o Estado já exportou US$ 29,3 milhões em mel orgânico, principalmente para os Estados Unidos e a Europa.

A qualidade do mel do Piauí gera grande interesse mundo afora por ser polifloral, resultante da mistura de várias plantas silvestres, dentre elas, o marmeleiro, flor de aroeira, Angico de Bezerro, maracujá, mulatinha e faveira. Além disso, a apicultura praticada no Piauí se concentra em regiões de mata nativa e distante de grandes campos de produção agrícola, onde geralmente são usados defensivos agrícolas que poderiam contaminar o mel.

"Enquanto o mundo inteiro está caminhando para produção de mel de uma única florada, inclusive com plantas cultivadas, as abelhas encontram aqui uma florada diversificada das matas do semiárido piauiense. Com isso, algumas plantas predominam e dão característica a esse mel, como angico, marmeleiro, a canelinha, além de um conjunto de outras espécies", disse Francisco das Chagas Ribeiro, superintendente do Desenvolvimento Rural da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF).

Ele explicou que essa diversidade garante um aroma, sabor e cor diferenciados ao mel piauiense e que o torna muito bem aceito no mercado internacional.


Fotos: Djalma Batista. Abelhas produtoras de mel recorrem também à flor de maracujá no Semiárido do Piauí para garantirem à produção de mel de alta qualidade.

O Piauí sempre se destacou nas exportações desse produto, mas desde 2019 assumiu a dianteira dos estados que mais vendem mel para o exterior. Fica à frente de estados como Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo no número de vendas internacionais do alimento. Hoje, as principais cidades produtores de mel no Piauí exportam todo o mel produzido com preços mais vantajosos que os praticados no mercado interno.

Segundo o superintendente da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Tiago Ribeiro Patrício, o Piauí sempre foi um grande produtor de mel, mas as exportações do produto eram feitas por outros estados, como São Paulo e Pernambuco. "Mas agora, devido aos esforços de um empreendedor piauiense, da cidade de Oeiras, as vendas internacionais são feiras pelo próprio Estado. Dois terços do mel exportado é feito por este grupo empresarial", comenta.

Apicultura do Piauí é muito requisitada no mercado internacional por estar livre de contaminações e por ser produzido por meio de diversos tipos de flores existentes nas matas nativas.

Em relação ao próprio estado, o mel há oito anos estava entre os cinco produtos mais exportados. Hoje só perde para a soja, que é o principal produto das vendas internacionais do Piauí. Para se ter uma ideia, de janeiro a julho deste ano já foram exportados US$ 761 milhões do grão. Esse produto e seus derivados correspondem a 95% da pauta de exportações do Estado.

A apicultura é uma das atividades que recebem incentivo do Governo do Estado, seja para a ampliação da produção, seja no estímulo à comercialização do produto. Segundo Francisco das Chagas Ribeiro, superintendente do Desenvolvimento Rural da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF), o mel do Piauí se destaca nas exportações por ser diferenciado em relação ao produzido em outras partes do mudo.

O Piauí todo produz mel, mas a grande concentração dessa produção extraída de colmeia, chamado de mel de criação racional de abelhas, está concentrada, segundo Francisco das Chagas, principalmente na região semiárida, com destaque para os municípios de Simplício Mendes, São Raimundo Nonato, Picos e agora Paulistana, que são os grandes produtores. Ele cita que na região Norte, em Cocal, Piracuruca, Campo Maior, Esperantina, Batalha e Joaquim Pires cresce também a produção de mel.

Quanto ao consumo interno do produto, Francisco das Chagas lamenta que esse ainda é muito baixo e não chega a 200 gramas por ano por pessoa. "Isso se deve ao fato do mel não ser considerado um alimento pelos brasileiros. Ele é consumido como remédio. Herdamos essa tradição cultural, por isso o baixo consumo. O mel está entre os cinco alimentos mais completos, ele deve ser incentivado para fazer parte da alimentação escolar, como ocorre na Holanda, por exemplo", chama atenção o superintendente.



Incentivos à produção de mel

O Governo do Estado, por meio do Programa Viva o Semiárido (PVSA), investiu recursos que permitiram a produtores do Piauí adquirirem um total de 27 mil colmeias, além da construção de 59 centros de processamento de mel, as chamadas Casas de Mel. Os investimentos contemplam ainda a automação de processos manuais e aquisição de equipamentos e veículos que contribuíram para a ampliação da produção e a melhoria da agroindustrialização dessa atividade.


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