Programa de alfabetização do Piauí incentiva pequenos agricultores com a aquisição de produtos para a merenda

Raimundo João da Silva, coordenador da Kolpíng Piauí, disse que o Proaja, além de alfabetizar, fortalece a agricultura familiar e o comércio local

Por Portal O Piauí em 13/05/2022 às 07:35:44
Cooperativa de agricultores familiares fornecem produtos para a merenda servida pelo Proaja

Cooperativa de agricultores familiares fornecem produtos para a merenda servida pelo Proaja

A Obra Kolping do Piauí, uma das instituições executoras do Programa de Alfabetização de Jovens, Adultos e Idosos (Proaja), adotou uma iniciativa inovadora de incentivo à agricultura familiar. É o plano de aquisição, junto às cooperativas de pequenos agricultores, dos produtos da merenda escolar dos alfabetizandos. A ideia é gerar trabalho e renda no campo, onde muitas pessoas são mais atingidas com a falta de empregos e oportunidades.

A partir disso, os agricultores que antes não tinham o hábito de aproveitar frutas como acerola, goiaba e cajá de suas roças e quintais, passaram a ver na iniciativa uma forma de obter uma renda a mais com a colheita e venda destes produtos. O plano deu tão certo que, devido à grande demanda, as cooperativas parceiras do Proaja incluíram agricultores de outros municípios que, inicialmente, não estavam no raio de abrangência do plano.

Uma das parceiras é a Cooperativa Agrofamiliar dos Frutos da Terra de Piripiri (COOAFRUT) que passou a fornecer grandes quantidades de polpas de frutas para a merenda escolar dos alfabetizandos de vários municípios. Antônio Soares, secretário de Finanças da cooperativa, disse que a iniciativa está beneficiando 50 cooperados e que isso estimula outros agricultores a produzirem frutas, para entrar no ramo, podendo assim, ampliar a renda com o novo negócio.

"Com esta parceria que temos com a Kolping, a nossa cooperativa está contribuindo com o Proaja, fornecendo alimentos naturais da agricultura familiar para os lanches, principalmente polpas de frutas. Atuamos em âmbito regional e quando a gente não tem um produto dos agricultores de Piripiri recolhemos frutas de outros municípios, como Piracuruca, Batalha, Pedro II e Lagoa do São Francisco", explica Antônio Soares.

Devido à parceria entre a Kolping Piauí, coorperativas de agricultores familiares e Proaja, mulheres agricultores são incluídas por meio do plano de geração de trabalho e renda

As mulheres que produzem bolos caseiros e pães em vários municípios são beneficiadas com trabalho e renda por meio da Obra Kolping e Proaja


A Cooperativa Agroindustrial da Agricultura Familiar do Entre Rios (Fruto Daqui), com sede na cidade de José de Freitas, também passou a fornecer produtos da agricultura familiar, como polpas de frutas naturais, para a merenda dos alfabetizandos do Proaja. A instituição vende para a Kolping Piauí polpa de goiaba, tamarindo e cajá que são produzidos por 66 famílias de agricultores familiares.

Francisco Antônio, que é presidente da Cooperativa Fruto Daqui, explicou que esta parceria com a Kolping e Proaja ajuda muitas mulheres agricultoras que estavam enfrentando dificuldades por falta de renda. "É uma satisfação participar do programa, fornecendo produtos de qualidade; tudo natural, sem químicos, sem agrotóxicos. E a satisfação é maior ainda porque isso contribui para que muitas mulheres também tenham a sua renda e possam sustentar suas famílias com mais tranquilidade", falou Francisco.

Cooperativa de agricultores familiares do município de José de Freitas registra aumento da renda dos agricultores familiares a partir da parceria firmada com a Kolping Piauí e o Proaja


A presidente da Cooperativa Agrofamiliar dos Frutos da Terra de Piripiri (COOAFRUT), Maria dos Remédios, disse que a parceria com o Proaja veio num momento em que os agricultores familiares estavam precisando muito, depois de dois anos de pandemia. Segundo ela, aumentou muito a venda de polpas de frutas e beneficiou as mulheres que vivem da agricultura familiar. E também houve uma melhora na entrega dos produtos já que o programa tem uma logística apropriada para o transporte.

"A importância das mulheres na organização social e na agricultura familiar aumentou muito com o Proaja. No centro de produção de polpas, a maioria é mulher. Hoje, temos três mulheres e um homem que preparam as polpas. Além disso, temos as mulheres que trabalham na colheita. Com essa parceria, a quantidade de entrega de polpas está bem maior em relação ao que a gente fazia para a prefeitura. Com isso, a renda das mulheres aumentou de forma significativa", falou Maria dos Remédios.

Em Pedro II, a Kolping Piauí compra polpas de frutas de cooperativa de pequenos agricultores que passou a fornecer alimentos para a merenda dos alfabetizandos do Proaja


A parceria com as cooperativas segue o princípio do fortalecimento da agricultura familiar e da organização das mulheres agricultoras. É o que explica o coordenador da Kolping Piauí, Raimundo João da Silva. Ele disse que o programa, ao priorizar a aquisição dos produtos da merenda nas próprias comunidades onde ficam as salas de aula, se sobressai, não só como programa de alfabetização, mas também como instrumento de incentivo aos pequenos agricultores e à economia do Estado.

Segundo Raimundo, há também o incentivo aos pequenos empresários das cidades, já que o Proaja adquire do pequeno comerciante pães e outros produtos usados na merenda, como o bolo caseiro feito por mulheres, o que aumenta a circulação de recursos na economia local. "Em função disso, temos a geração de trabalho e renda nas regiões mais carentes. Hoje, com o programa, as cooperativas estão melhorando suas estruturas e ampliando a produção", falou Raimundo João. "É importante frisar que o público que está sendo servido tem a garantia do alimento saudável".

"Como sabemos, não é fácil manter uma cooperativa. Também não é fácil trabalhar com projetos sociais no Brasil porque os incentivos são baixíssimos. Por isso, agradecemos muito pelo momento em que estamos vivendo com a parceria entre Kolping, Proaja e as cooperativas. Com o aproveitamento das frutas, como acerola, cajá, goiaba, os agricultores podem vender e comprar uma carne, óleo ou uma medicação. É muito importante a gente estar participando deste projeto porque isso gera emprego e renda", frisou Antônio Soares, secretário de Finanças da COOAFRUTI.







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