O maior iceberg do mundo, o A23a, outrora preso no fundo do Oceano Antártico, está agora à deriva e começando a se derreter perto da costa sudoeste da ilha. Este gigante de gelo, depois de décadas ancorado, representa tanto um espetáculo natural quanto um potencial desafio para a navegação e a pesca na região.
Atualmente, o A23a se encontra a aproximadamente 80 km da costa. Apesar de ainda manter uma aparência intacta, especialistas preveem que o iceberg se fragmentará em porções menores, acelerando seu derretimento. Esse processo, embora natural, pode trazer implicações significativas para as operações marítimas e a vida marinha local.
Embora o tamanho do A23a possa parecer alarmante, Andrew Meijers, oceanógrafo do British Antarctic Survey (BAS), assegura que os operadores de navegação estão cientes dos perigos representados por icebergs e monitoram a localização do A23a.
"Embora o iceberg seja grande, ele é facilmente evitado pelos operadores de navegação do Oceano Austral que estão bem cientes dos perigos que os icebergs representam, assim como da localização do A23a", explicou Andrew Meijers, oceanógrafo do BAS.
Contudo, Meijers adverte que, à medida que o A23a se desintegra, os fragmentos menores se tornam mais difíceis de rastrear, representando um risco maior para as embarcações.
Além dos riscos à navegação, o derretimento do A23a também pode impactar as atividades de pescarias, já que a presença de grandes icebergs pode interditar certas áreas, impedindo o acesso de embarcações pesqueiras.
O oceanógrafo Meijers também alerta para os riscos que o iceberg representa para a fauna local, especialmente para as colônias de focas e pinguins.
"Discussões com operadores pesqueiros sugerem que grandes icebergs no passado tornaram algumas regiões mais ou menos fora de limites para operações de pesca por algum tempo, devido à quantidade de pedaços menores que, embora muitas vezes mais perigosos tornam-se mais difíceis de evitar." disse Meijers.
Por outro lado, o derretimento do iceberg pode liberar nutrientes na água, o que, paradoxalmente, pode impulsionar o crescimento de populações de predadores locais, como focas e pinguins, demonstrando a complexa interação entre os icebergs e o ecossistema antártico.
*Reportagem produzida com auxílio de IA