Os mercados globais operaram em meio a incertezas nesta quarta-feira (19/02/2025), impactados pelas novas ameaças tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, e pela divulgação de dados econômicos relevantes.
Trump anunciou a intenção de impor tarifas de cerca de 25% sobre importações de automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos, a partir de 2 de abril. Essa medida gerou preocupações com o impacto no comércio internacional e na inflação.
No Brasil, o Ibovespa abriu em queda, refletindo a incerteza global. Ações de setores como bancos e varejistas registraram perdas significativas. O dólar comercial também subiu, atingindo R$ 5,72.
"Nesse momento, os mercados não reagem com uma aversão ao risco, com uma busca pelo dólar, como seria se fosse uma tarifa imediata, porém a gente não pode descartar a possibilidade disso entrar em vigor daqui a algumas semanas ou meses."
Leonel Mattos, analista da StoneX.
A ata da reunião de janeiro do Federal Reserve, divulgada no período da tarde, também foi um fator relevante para a movimentação dos mercados. Os investidores buscavam indícios sobre a percepção do Fed em relação às novas políticas comerciais de Trump e sobre a trajetória das taxas de juros.
No cenário doméstico, além da repercussão das novas tarifas de Trump, a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado também influenciou o clima político e econômico.
"A decisão dos EUA de impor tarifas unilateralmente prejudicou a cooperação econômica e comercial normal entre a China e os EUA."
Wang Wentao, Ministro do Comércio da China.
Resultados corporativos do quarto trimestre também foram divulgados, impactando as ações de empresas como Assaí, Banco do Brasil, Gerdau e Vale. O ministro do Comércio da China, Wang Wentao, expressou insatisfação com as tarifas americanas em carta ao novo secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick.
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) parece estar se aproximando de uma pausa nos cortes de juros, devido à inflação persistente. Dados de inflação mais fortes que o esperado no Reino Unido também contribuíram para o aumento das taxas de juros dos títulos do governo britânico.
O HSBC anunciou uma reestruturação com o objetivo de cortar US$ 1,8 bilhão em custos até 2026. A Brava Energia, por outro lado, anunciou a conexão de mais quatro poços no campo de Atlanta, aumentando sua produção de petróleo.
Em meio a esse cenário complexo, investidores se mantêm atentos aos desenvolvimentos geopolíticos e econômicos, buscando avaliar os impactos das novas tarifas de Trump e a dinâmica global em constante mudança.
*Reportagem produzida com auxílio de IA