Lula afirma que verdadeira independência do Brasil virá com o potencial de geração de energias renováveis

Agora, com o hidrogênio verde, a chance do Brasil é extraordinária, disse o presidente Lula que está em Bruxelas em busca de investimentos para o país

Por Portal O Piauí em 18/07/2023 às 12:29:30
Lula diz que o Brasil está com força total em todo o mundo, sendo o país da vez na recepção de grandes investimentos nas diversas áreas como do meio ambiente, cultura e energias renováveis

Lula diz que o Brasil está com força total em todo o mundo, sendo o país da vez na recepção de grandes investimentos nas diversas áreas como do meio ambiente, cultura e energias renováveis

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira (18), que a transição energética representa uma "chance excepcional" para o Brasil alcançar uma "verdadeira independência", tanto do ponto de vista econômico como cultural, social e geopolítico. A declaração foi feita durante o programa semanal Conversa com o Presidente, transmitido pela TV Brasil, emissora da EBC.

Lula afirmou ser grande o retorno dos investimentos feitos no setor cultural e que os muitos empregos gerados por este segmento têm resultado na distribuição de riquezas, além de levar conhecimento para as pessoas.

Segundo Lula, 98% dos municípios manifestaram, ao Ministério da Cultura, interesse em participar das políticas desenvolvidas pelo governo para este setor.

Lula está em Bruxelas onde participa da 3ª Cúpula Celac-União Europeia, encontro que reúne 60 lideranças de países latino-americanos e europeus.


Chance excepcional

Na entrevista concedida à TV Brasil, o presidente da República disse que o Brasil "está ficando ainda mais importante" para o mundo em função da clareza cada vez maior sobre a relevância da questão ambiental e da necessidade de uma transição energética visando o uso cada vez maior de fontes de energia sustentáveis, não danosas ao meio ambiente.

"O Brasil tem uma chance excepcional. Nunca antes na história do Brasil, vi tanta chance para o Brasil conquistar aliados, espaço e investimentos. Sobretudo, nessa questão da transição energética, com as energias eólica, solar, biomassa, etanol e biodiesel", avaliou Lula.

Independência verdadeira

"Agora, com o hidrogênio verde, a chance do Brasil é extraordinária. A gente não pode jogar fora essa oportunidade. Acho que o século 21 definitivamente vai ser o século da independência verdadeira do Brasil, do ponto de vista econômico, cultural, social e também geopolítico", acrescentou ao argumentar que a humanidade "precisa levar em conta que cada gesto e atitude nossa podem melhorar ou piorar a situação do planeta".

Ele reiterou a importância de os países que ainda possuem grandes florestas em seus territórios permanecerem unidos, tomando decisões conjuntas a serem levadas à COP-28 [Conferência das Partes das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COP28), em novembro, nos Emirados Árabes], e que a exploração da Amazônia deve ser feita com cautela, levando em conta cuidados com a floresta e as populações que ali vivem.

"A gente não quer transformar a Amazônia em um santuário da humanidade. É um território no qual temos poder soberano. O que queremos compartilhar é a exploração científica da riqueza da biodiversidade, para saber se dali poderemos extrair produtos fármacos, cosméticos e, sobretudo, encontrar formas de melhorar a vida do povo da selva. Precisamos pensar em cuidar da floresta e do povo, porque é o povo o que faz a nossa nação", argumentou.

Cultura é investimento

Lula falou, também, sobre o retorno surpreendente que o governo tem observado no setor cultural. "Tinham extinguido o Ministério da Cultura, mas nós o recriamos. Além de colocar dinheiro no Orçamento, tivemos duas leis importantes: a Paulo Gustavo e a Aldir Blanc, cada uma delas com quase R$ 4 bilhões em recursos a serem distribuídos em atividades culturais pelo Brasil", disse o presidente.

Ele afirmou que foi informado pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, de que 98% dos municípios se inscreveram para receber verbas destinadas a políticas voltadas ao setor.

"Isso significa que a cultura voltou. E voltou com força total. Queremos criar comitês culturais em cada capital do país, para valorizarmos a cultura local e sair do eixo Rio-São Paulo. Precisamos fazer cultura no Brasil inteiro", opinou.

Segundo ele, é preciso pensar a cultura também do ponto de vista econômico e financeiro, porque ela gera uma grande quantidade de empregos, além de levar conhecimento à população.

"A atividade cultural é muito forte economicamente. Quem fala que, quando o governo coloca dinheiro na cultura, está gastando é um bobão. É um mentiroso. É um ignorante porque dinheiro em cultura significa investimento. Gera emprego, oportunidades e distribui riquezas, além de levar conhecimento e divertimento para a cabeça do povo. Isso é extraordinário", disse Lula.

"Tem gente que acha que artista só atrapalha porque só gasta dinheiro e está beijando outro. Larga de ser ignorante. Arte é arte, e a gente tem de gostar dela como ela é. O artista merece respeito do povo brasileiro", finalizou.

Edição: Kleber Sampaio

Lula tem encontro com lideranças progressistas e democráticas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta terça-feira (18), de um café da manhã com lideranças progressistas e democratas latino americanas e europeias em Bruxelas, capital da Bélgica. Organizado pelo ex-primeiro ministro da Suécia Stefan Löfven, o encontro ocorre em paralelo à 3ª Cúpula Celac-União Europeia.

Celac é a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos. Ao final do encontro, os 60 líderes participantes do encontro devem publicar uma declaração conjunta sobre os avanços obtidos durante as reuniões. As negociações visando um acordo entre Mercosul e União Europeia prosseguem em reuniões bilaterais.

Entre os temas discutidos durante o café da manhã organizado por Löfven estão defesa da democracia, combate à desigualdade, promoção do bem-estar social, respeito aos direitos humanos, ações pelo clima e meio ambiente. Temas que, segundo o Planalto, representam pontos de interesse comum, entre os participantes.

O encontro reuniu, além do presidente Lula, Alberto Fernández (Argentina), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Fredricksen, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, entre outros. O governo do México foi representado pela secretária de Relações Exteriores, Alícia Barcena.

Comunicar erro
BANNER QUEIMADAS

Comentários