Presidentes dos Três Poderes chamam atos de golpistas e assinam nota em defesa da democracia

Além de Lula, assinaram a nota o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o presidente em exercício do Senado Federal, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber.

Por Portal O Piauí em 09/01/2023 às 12:45:08
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Os presidentes dos Três Poderes da República divulgaram, no fim da manhã de hoje (9), uma nota conjunta em defesa da democracia. No texto, eles dizem rejeitar os "atos terroristas, de vandalismo, criminosos e golpistas".

"Estamos unidos para que as providências institucionais sejam tomadas, nos termos das leis brasileiras", diz a nota, que foi publicada no perfil oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em redes socais. "Conclamamos a sociedade a manter a serenidade, em defesa da paz, e da democracia em nossa pátria".

Além de Lula, assinaram a nota o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o presidente em exercício do Senado Federal, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber.



"Conclamamos a sociedade a manter a serenidade, em defesa da paz e da democracia em nossa pátria. O país precisa de normalidade, respeito e trabalho para o progresso e justiça social da nação", conclui o texto.

Os presidentes de Poder se reuniram no início da manhã desta segunda-feira (9), depois que as sedes de Executivo, Legislativo e Judiciário foram invadidas na tarde de domingo (8) e depredadas por vândalos e pessoas que não aceitam o resultado das eleições do ano passado e pedem um golpe militar no país.

Também participaram o ministro da Defesa, José Múcio, e o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, além dos ministros do STF Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli.

Governadores

À tarde, os presidentes de Poder devem participar também de reunião com os governadores de todos os estados. Após os episódios de ontem, o governador do Distrito Federal (DF) foi afastado pelo Supremo. Na manhã de hoje, a administradora do Plano Piloto – região central de Brasília –, Ilka Teodoro, deixou o cargo.

Ainda na noite de domingo (8), Lula visitou o Palácio do Planalto e a sede do Supremo. Em seu perfil oficial numa rede social, ele disse que "os golpistas que promoveram a destruição do patrimônio público de Brasília estão sendo identificados e serão punidos". Ainda na tarde ontem (8), o presidente decretou intervenção federal na Segurança Pública do DF.

Edição: Denise Griesinger

Administradora do GDF deixa cargo após atos antidemocráticos

A administradora regional do Plano Piloto, Ilka Teodoro, responsável pela região central de Brasília, comunicou nesta segunda-feira (9) o desligamento do cargo "em caráter irrevogável". A decisão foi motivada pelos atos golpistas ocorridos nas sedes dos três Poderes da República ontem (8).

"A ausência de um comando firme na segurança pública, coordenando as operações e ordens de missão do dia e garantindo a participação e integração dos demais órgãos, deixou um vácuo doloso e um cenário de terra arrasada", escreveu em uma postagem no Twitter.

Ainda sobre as forças de Segurança, Ilka Teodoro acrescentou que a ação tardia do governo do Distrito Federal (GDF) é injustificável e indefensável, e que "a tolerância com os intolerantes, fascistas e terroristas nos levou ao caos".

A ex-administradora disse ainda que, em uma semana – da posse de Luiz Inácio Lula da Silva no domingo passado a ontem –, a população foi "do céu ao inferno". Para ela, no âmbito do governo local, a situação é de "insustentabilidade".

Intervenção

No governo do Distrito Federal desde 2019, Ilka Teodoro destacou ainda que a intervenção federal na segurança pública decretada ontem foi necessária para que fossem adotadas as medidas urgentes para restaurar a lei e a ordem no território e "para que possamos sonhar em voltar ao cenário de normalidade, com o diálogo preciso para reconstrução do país".

"No âmbito do Governo do DF, a situação é de insustentabilidade. Como cidadã e como Administradora Regional, jamais havia me sentido tão insegura e impotente", acrescentou.

Nascida e criada na capital federal, a ex-administradora regional disse que nunca presenciou algo tão violento simultaneamente com a história do país, com o patrimônio, com a arquitetura e com a democracia.

"Repudio veemente o duro golpe que Brasília sofreu ontem, deixando um trauma e marca indelével na nossa memória", afirmou.

Edição: Denise Griesinger

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