Lula afirma que o Brasil foi o único país do G20 que fez superávit primário nos oito anos de mandato

O presidente eleito disse isso para afastar qualquer temor em relação a sua política fiscal

Por Portal O Piauí em 21/11/2022 às 08:55:50
Lula e o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, na primeira viagem que Lula fez ao exterior para participar da COP27

Lula e o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, na primeira viagem que Lula fez ao exterior para participar da COP27

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, em coletiva concedida na sexta-feira (18), em Lisboa, junto ao primeiro-ministro português, António Costa, voltou a defender a inclusão social e o combate à fome como prioridades do seu governo.

"É uma vergonha o país que é o terceiro produtor de alimento do mundo, um país que é o maior produtor de proteína animal do planeta Terra, você ter 33 milhões de pessoas passando fome. E vocês sabem que a minha luta é uma luta incansável e eu, quando ganhei as eleições, falei a mesma frase que eu disse em 2003, a minha função é garantir que toda criança, que toda mulher e que todo homem possa tomar café, almoçar e jantar", disse Lula, que viajou a Portugal depois de participar da COP 27 no Egito.

Lula também acenou para o crescimento do país com responsabilidade. "Ninguém tem autoridade para falar em política fiscal comigo porque durante todo o meu período de governo, eu fui o único país do G20 que fez superávit primário durante todos os meus oito anos do meu mandato. Eu aprendi com a minha mãe, que era analfabeta, que a gente só pode gastar o que a gente tem ou o que a gente ganha. Mas se a gente tiver que fazer uma dívida para construir um ativo novo, que a gente faça com responsabilidade, porque o país precisa voltar a crescer. Eu fui eleito para cuidar de 215 milhões de brasileiros e, sobretudo, das pessoas mais necessitadas. É importante que a gente apenas tome cuidado para não ser vítima da especulação. É importante que a gente saiba disso".

Lula e o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, conversaram sobre a retomada das relações entre os dois países.

Ele reafirmou que vai voltar a cuidar do povo brasileiro, aumentar o salário mínimo todo ano e gerar emprego e lembrou: "Quando ganhei as eleições, em 2003, o Brasil tinha uma inflação de 12% ao mês, desemprego de 12% ao mês, dívida pública interna de 60,5% e dívida com o FMI. Ao terminar o meu governo, a inflação estava a 4,5%, a dívida nossa tinha caído de 60,5 para 37,7, o Brasil tinha pagado a sua dívida para o FMI, e emprestou 15 bilhões de dólares para o FMI. Nós fizemos uma reserva de 370 bilhões de dólares, que é o que sustenta o Brasil até hoje".

ENTREVISTA AO LADO DO PRIMEIRO MINISTRO DE PORTUGAL

Em sua primeira visita a Portugal após vencer as eleições deste ano, Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista coletiva ao lado do primeiro- ministro português, António Costa, e fez um balanço da sua participação na COP 27, no Egito.

O presidente eleito destacou a cooperação do Brasil no cenário internacional, que foi inexistente no governo Bolsonaro. "Eu fiquei muito emocionado quando, no discurso da COP 27, o povo gritou que o Brasil voltou. E foi muito marcante para mim, porque fazia 4 anos que o país estava totalmente isolado do mundo. Não foi o mundo que isolou o Brasil, o Brasil que se isolou."

Ele também agradeceu ao primeiro-ministro António Costa. "A minha alegria de estar em Portugal e ser recebido pelo presidente e pelo primeiro-ministro, numa demonstração que o Brasil voltou ao mundo político. O Brasil voltou a discutir os assuntos que são de interesse da humanidade, que são de interesse do Brasil e que são dos interesses dos brasileiros".

Questão climática no centro da discussão mundial

Lula reforçou a importância de tratar a questão climática e que os países têm seu papel a cumprir: "Se houve um tempo em que alguém não queria discutir a questão climática, hoje esse tema é um desafio para a humanidade. Nós não temos dois planetas Terra. E é esse único planeta que nós vamos cuidar. E por isso fiz questão de reforçar a responsabilidade dos países mais ricos na COP."

E continuou: "Eu tenho defendido, inclusive, que nós precisamos de uma governança global mais representativa. Sobretudo na questão climática, a gente não pode tomar uma decisão e depois levá-la para que o Estado nacional decida se vai cumpri-la ou não cumpri-la, a exemplo do protocolo de Quioto, que foi assinado tanto tempo atrás, até hoje não cumprido por muitos países."

O presidente eleito reafirmou o compromisso assumido feito na campanha de proibir o garimpo ilegal, as invasões ilegais de terras indígenas e de preservar as áreas ambientais na Amazônia: "Nós precisamos ver o que tem acontecido. Muitas queimadas, muitos incêndios, muitos lugares que não choviam e agora chove demais, e nós precisamos tomar uma atitude responsável como dirigentes políticos dos nossos países."

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