A senadora Simone Tebet (MDB), que recebeu 4.915.423 votos no primeiro turno das eleições presidenciais e ficou em terceiro lugar, anunciou, na tarde desta quarta-feira (5) apoio ao ex-presidente Lula no segundo turno. Lula já tem também o apoio do Ciro Gomes e de seu partido, o PDT; e do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, que afirmou que vota pela história de luta pela democracia e pela inclusão social.
Durante coletiva, Simone Tebet enfatizou que "o que está em jogo é muito maior do que cada um de nós". "Depositarei nele (Lula) o meu voto, pois reconheço nele o seu compromisso com a democracia e a Constituição. O que desconheço no atual presidente".
Tebet destacou que o Brasil de Bolsonaro promove o ódio e desavenças. Além disso, falou sobre a negação do seu desgoverno em relação à pandemia da Covid-19 e sobre a substituição de livros por armas nas escolas.
"Nos últimos quatro anos, o Brasil foi abandonado na fogueira do ódio e das desavenças. A negação atrasou a vacina, a arma ocupou o lugar dos livros. A iniquidade fez curvas a esperança. A mentira feriu a verdade", afirmou Tebet. "Por tudo isso [?], depositarei nele [Lula] o meu voto".
Mais cedo, Tebet almoçou com Lula na casa da ex-prefeita Marta Suplicy, em São Paulo, e sugeriu cinco propostas para o programa de governo do ex-presidente. Ela citou as propostas durante a coletiva de imprensa.
Confira:
1 – Educação – ajudar a zerar as filas de crianças entre 3 e 5 anos e implantar o ensino médio técnico, com poupança de 5 mil reais para quem finalizar o ensino.
2 – Saúde – zerar filas de exames, consultas e cirurgias.
3 – Endividamento das famílias – resolver o endividamento familiar para quem ganha até três salários mínimos.
4 – Sancionar lei que iguale salários entre homens e mulheres que desempenham, com currículo semelhante, o equivalente às mesmas funções.
5 – Ministérios plurais, com homens e mulheres e pessoas com deficiência. Todos tendo como requisitos a competência e a ética.
Simone concluiu o pronunciamento de apoio à candidatura de Lula: "Meu apoio não será por adesão. É para um Brasil que sonho ser de todos, generoso, sem fome e sem miséria, com educação de qualidade, de reformas estruturantes, com comida mais barata, emprego e renda".
"Quero finalizar dizendo que até 30 de outubro estarei na rua vigilantes. Minhas preces, por uma campanha de paz, disse a senadora.
Estiveram presentes no almoço, além de Lula, Tebet e Marta, Janja da Silva, o candidato a vice, Alckmin, o candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad, e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
"Depositarei nele o meu voto, porque reconheço, no candidato Lula, o seu compromisso com a democracia e a Constituição, o que desconheço no atual presidente", destacou. Sobre os apelos para que se mantivesse neutra na disputa, a senadora, que obteve quase 5 milhões de votos, afirmou que o momento do país não permite omissão. "Não anularei meu voto, não votarei em branco, não cabe a omissão da neutralidade. Há um Brasil a ser imediatamente construído, a ser imediatamente reunido". Tebet fez questão de dizer que mantém as críticas feitas a Lula e a Bolsonaro nas eleições.
O presidente Lula não participou do anúncio de Tebet porque ele tinha uma reunião com governadores e senadores. Pela manhã, a senadora se encontrou com o candidato à vice na chapa, Geraldo Alckmin, e depois almoçou com o próprio presidente Lula, na casa da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, que é do MDB.
Durante pronunciamento de apoio à Lula, Simone Tebet elencou um rol de cinco projetos que pretende que sejam incorporados à campanha petista. Eles incluem apoio do governo federal para municípios zerarem filas na educação infantil para crianças de 3 a 5 anos e para que os estados implantem ensino médio técnico em tempo integral, premiando com uma poupança os jovens que concluírem o ensino médio, no valor de R$ 5 mil por aluno. Também propôs que o governo federal zere a fila de consultas e cirurgias eletivas, atrasada durante a pandemia, e resolva o problema do endividamento das famílias que ganham até três salários mínimos.
A senadora ainda propôs que, se eleito, Lula sancione lei para igualar salários entre homens e mulheres que desempenham, com currículo semelhante, as mesmas funções e nomeie um ministério plural formado por homens, mulheres, pessoas com deficiência e negros e negras.
O candidato do PT à Presidência também se reuniu hoje com o presidente do PDT, Carlos Lupi. Nesta terça-feira (4), o partido, que havia lançado Ciro Gomes para concorrer ao Palácio do Planalto, anunciou apoio à candidatura de Lula.
Ao lembrar de momentos ao lado de Leonel Brizola, um dos fundadores do PDT, Lula destacou a história conjunta dos dois partidos. "O PDT e o Ciro valem muito mais do que os votos que tiveram. Valem pela história, pelo compromisso com essa luta, por coisas que já fizeram pelo Brasil", disse durante o encontro.
Lupi ressaltou a importância da candidatura de Lula. "Queria dizer que o senhor representa hoje a esperança do povo brasileiro. Esperança de melhores dias".
Ciro obteve cerca de 3% do total de votos no primeiro turno das eleições, realizado no último domingo (2), o que representa aproximadamente 3,6 milhões de votos.
Ainda nesta tarde, Lula recebeu em São Paulo diversos governadores aliados, que declararam apoio ao ex-presidente na disputa de segundo turno. Estiveram presentes nomes como as governadoras Regina Sousa (Piauí), Izolda Cela (Ceará) e Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte), os governadores Rui Costa (Bahia), Carlos Brandão (Maranhão), Clécio Luís (Amapá), Paulo Câmara (Pernambuco), Helder Barbalho (Pará), Paulo Dantas (Alagoas) e João Azevedo (Paraíba). Também estiveram presentes governadores que foram eleitos no primeiro turno, como Rafael Fonteles (PT), no Piauí; Elmano de Freitas (PT), no Ceará.
O ex-presidente do Brasil e quadro histórico do PSDB, Fernando Henrique Cardoso declarou nesta quarta-feira (5) apoio ao ex-presidente Lula PT no segundo turno da eleição presidencial contra Bolsonaro.