O Índice Bovespa (Ibovespa) apresenta um cenário misto, com crescimento em meio a desafios macroeconômicos. Apesar de uma alta recente, tentando defender os 129 mil pontos, a perspectiva para 2025 é de cautela.
De acordo com o BBA, a piora da situação econômica, principalmente com relação a juros, situação fiscal e câmbio, impactou negativamente os índices de ações. No quarto trimestre de 2024, as taxas de juros de 10 anos atingiram níveis recordes (acima de 15%), o dólar fechou o ano a R$ 6,18, e as projeções macroeconômicas apontam para um cenário pior em 2025.
Apesar do cenário desafiador, houve uma aceleração nos resultados de empresas domésticas e financeiras. Excluindo as commodities, o Ibovespa deve mostrar um crescimento de dois dígitos em receita, Ebitda e lucro líquido no quarto trimestre de 2024.
"O setor financeiro sofreu revisões negativas de quase 2% no último mês, enquanto as empresas domésticas tiveram cortes de quase 4% nas projeções de lucro para cada um dos próximos dois anos." concluiu o BBA.
O Itaú BBA prevê crescimento de dois dígitos para 2025, mas com riscos de revisões negativas devido ao cenário de juros e inflação. O banco observou tendências levemente negativas para o Ibovespa em 2025 e 2026, parcialmente compensadas por revisões positivas nas commodities.
Em termos setoriais, há uma grande dispersão entre os setores de commodities, enquanto alguns setores domésticos devem apresentar contração do lucro líquido em 2025. Óleo & Gás, Construtoras e Transporte são os setores com maior crescimento do lucro líquido, enquanto Agronegócio, Siderurgia & Mineração e Shoppings tiveram os menores crescimentos.
Uma das principais preocupações dos investidores é se as estimativas do mercado estão incorporando o impacto das altas taxas de juros. O BBA analisou as revisões de Ebitda e lucro por ação (EPS) nos últimos três meses para identificar possíveis desequilíbrios.
"Como não há uma resposta definitiva, cruzamos os dados de revisões de Ebitda e de lucro por ação (EPS) nos últimos três meses para identificar possíveis desequilíbrios em empresas e setores onde a melhora dos resultados operacionais foi total ou parcialmente compensada por impactos na última linha do balanço." disse o banco.
Setores como Celulose & Papel, Construtoras, Alimentos & Bebidas, Bens de Capital e Óleo & Gás tiveram revisões positivas para Ebitda e EPS. Já Shoppings, Transporte e Agronegócio apresentaram revisões positivas para Ebitda, mas negativas para EPS.
Entre as recomendações do BBA, destacam-se ações como Cyrela (CYRE3), Suzano (SUZB3), JBS (JBSS3), 3tentos (TTEN3), Eneva (ENEV3), Embraer (EMBR3), Direcional (DIRR3) e Sabesp (SBSP3).
*Reportagem produzida com auxílio de IA
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