O leilão dos blocos B e C do programa de saneamento do estado de Alagoas, para concessão dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, realizado hoje (13) na B3, em São Paulo, teve como vencedores, respectivamente, os consórcios Alagoas, da empresa Allonda, e Mundaú, da empresa Cymi. As companhias apresentaram propostas comerciais de outorga no total de R$ 1,645 bilhão.
Já o Consórcio Mundaú apresentou proposta de R$ 430 milhões para a concessão dos serviços do Bloco C, que envolve a Zona da Mata e o litoral alagoano. O ágio alcançou 1.227,28%. Juntos, os dois blocos vão atender 61 municípios, com população estimada em 1,3 milhão de pessoas. Os contratos têm duração prevista de 35 anos.
O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, destacou que, nos últimos 14 meses, esta foi a quinta vez que ele foi à B3 para “celebrar passos importantes na universalização do saneamento no Brasil”. Entre esses passos, Montezano citou saúde, emprego, educação, redução das desigualdades sociais e dignidade para as pessoas.
“Esta é a jornada do saneamento”, disse o presidente do BNDES. O leilão desta segunda-feira garantirá a Alagoas R$ 4,5 bilhões em investimentos, 2,5 mil empregos diretos e mais de 1 milhão de pessoas atendidas, afirmou.
O secretário Nacional de Saneamento, Pedro Maranhão, cumprimentou os empreendedores e ressaltou que, sem eles, os investimentos na área de saneamento não seriam possíveis. “A lei pegou, o trem partiu e não tem volta. E agora vamos embora com os nossos projetos”, acrescentou Maranhão, referindo-se ao marco regulatório do saneamento. De acordo com o secretário, 100 milhões de brasileiros não têm esgoto tratado, e 15 mil pessoas morrem por ano no país por falta de saneamento.
Em entrevista coletiva, o diretor de Concessões e Privatizações do BNDES, Fábio Abrahão, afirmou que o balanço da área de saneamento é positivo até agora. Para 2022 e 2023, Abrahão espera movimento intenso: estarão na pauta leilões dos serviços no Pará, em Sergipe, no Ceará, na Paraíba e em Rondônia, além do leilão da Corsan, no interior do Rio Grande do Sul. A capacidade de investimento estimado alcança, pelo menos, R$ 10 bilhões.
Sobre o Bloco 3 da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), previsto para o próximo dia 29, Abrahão mostrou-se otimista. ”A gente percebe um movimento bastante construtivo do mercado; percebe que haverá disputa.” O diretor do BNDES ressaltou que são mais de R$ 55 bilhões de capital mobilizado. “É um volume de investimentos de classe global.”
Renan Filho, por sua vez, disse que encara com tranquilidade ação judicial que questiona no Supremo Tribunal Federal (STF) a formação do bloco da região metropolitana de Maceió, cujo leilão teve a BRK Ambiental como vencedora. Foi bloqueada a metade do valor da outorga. Segundo o governador, com a decisão final do STF, se poderá “cumprir o marco legal do saneamento”. Para Renan Filho, o importante é que aquele leilão levantou investimentos fundamentais para o cumprimento da agenda de saneamento básico na região metropolitana da capital. A empresa já assumiu os serviços e está realizando investimentos, concluiu.
Fonte: EBC