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Copom aumenta Selic e sinaliza desaceleração

Decisão do Banco Central gera debates sobre futuro da economia

Por Portal O Piauí em 30/01/2025 às 08:58:16

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, elevando-a para 13,75%. A decisão, segundo analistas, foi esperada, seguindo uma sinalização prévia.

Gabriel Galípolo, novo presidente do Banco Central, já havia chegado à instituição com a decisão praticamente tomada, como se a decisão fosse um fato consumado.

"A sinalização prévia de que a Selic subiria mais 1 ponto percentual na primeira reunião foi acertada, após um mês de dezembro tumultuada." concluiu Caio Megale, economista-chefe da XP.

Megale comentou sobre o temor do mercado de uma possível extensão do aumento da Selic para a reunião de maio, prevista inicialmente para março. Ele ponderou que ainda há incertezas até lá e que o Copom mantém as portas abertas a ajustes futuros, destacando a pressão inflacionária e sinais iniciais de desaceleração econômica.

"Ainda tem muita água para passar por debaixo da ponte até maio. [O Copom] deixa as portas abertas, as expectativas de inflação seguem pressionadas, mas ele também começa a ver sinais de desaceleração da economia." disse Megale.

O economista explicou que embora o Banco Central não tenha abordado explicitamente o assunto, a consideração de uma possível desaceleração econômica na avaliação de riscos corrobora a perspectiva de redução do ritmo de altas de juros a partir de maio.

"O BC não toca no assunto explicitamente, mas quando ele faz o balanço de riscos entre o que pode fazer com a que inflação seja mais alta ou mais baixa do que o esperado, ele coloca uma possível desaceleração da economia que diminua a pressão dos preços lá na frente." afirma Megale.

Apesar disso, Megale ressalta que a inflação permanece acima do centro da meta, mesmo dentro da margem de tolerância. Ele enfatizou que ainda há esforços de política monetária a serem feitos.

"Tem um esforço de política monetária ainda a ser feito." disse o economista.

A XP mantém sua projeção de Selic terminal em 15,5%, patamar que deve se manter até o fim do ano. O cenário, segundo a instituição, permanece sensível à situação econômica nos Estados Unidos, China, e à política fiscal brasileira.

No mercado de investimentos, observa-se alta demanda por investimentos pós-fixados, enquanto oportunidades em longo prazo em títulos que pagam IPCA mais 8% estão surgindo. Há também uma tendência de dolarização de investimentos, com a procura por títulos americanos para proteção de capital.

No mercado acionário, a alta de juros já estaria precificada, com empresas apresentando baixo endividamento e preços atrativos, embora o baixo preço das ações não seja, segundo especialistas, gatilho suficiente para alta. Para que a bolsa suba, seria preciso um fluxo de investimento externo, estabilidade ou queda dos juros de 10 anos nos Estados Unidos e um dólar mais fraco para atrair investimentos para mercados emergentes.

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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