O ano de 2023 foi recordista para eventos no Brasil. Com mais de cinquenta apresentações em estádios pelo país, cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba receberam grandes turnês, como a “The Eras” de Taylor Swift e, talvez, as últimas apresentações em solos internacionais dos britânicos Robert Smith, Roger Waters e Paul McCartney. Após o fim da pandemia, diferentes festivais surgiram e se consolidaram no país, como é o caso do Mita, C6 Fest, Primavera Sound e The Town. Pela primeira vez, o Autódromo de Interlagos, palco de boa parte dos maiores festivais do país, recebeu apresentações em um espaço com grama sintética e banheiros com acesso ao esgoto. Além disso, no último mês do ano, o Governo Federal agiu para que as organizações de eventos oferecessem água gratuita em dias de temperatura extrema após morte de Ana Clara Benevides na “The Eras Tour”. Relembre a seguir os principais detalhes de shows em cada mês do ano:
Após cancelamentos em decorrência de problemas de saúde, o grupo Imagine Dragons cumpriu com os shows adiados que faria no país em 2022. A banda enfileirou seus diversos hits, como “Demons”, “Believer” e “Thunder” em show no Allianz Parque, passeando por toda sua discografia em um espetáculo de quase duas horas em fevereiro deste ano. Em janeiro, foi a vez da nostálgica boy band Backstreet Boys se apresentar no país, com shows em clubes de Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, como parte da “DNA World Tour”, baseada em álbum lançado pela banda em 2019.
Diferente dos últimos anos, o mês de março não trouxe grandes chuvas para os dias de Lollapalooza no Autódromo de Interlagos. A edição comemorativa de dez anos do festival no Brasil foi ousada e, inicialmente, prometia nomes exclusivos, como Blink-182 pela primeira vez no Brasil e os fenômenos de streaming musical Drake e Billie Eilish. Contudo, com a chegada do último dia do evento, apenas Billie Eilish de fato concluiu sua vinda ao país. A banda de rock cancelou após acidente com o baterista e Drake, de última hora, decidiu não vir ao país sem explicações detalhadas. O festival, no entanto, brilhou com grandes nomes como Rosalía e Tame Impala, que trouxeram shows multissensoriais com luzes e perspectivas múltiplas em telões que acompanhavam tendências do mundo das redes sociais, como no caso da espanhola. O Lollapalooza também investiu em grandes nomes da música brasileira para compor suas grandes atrações, como Ludmilla e Paralamas do Sucesso. No mesmo período, o Coldplay fez uma residência no país, com apresentações recheadas de hits em São Paulo e Rio de Janeiro.
Em abril, os metaleiros foram protagonistas dos grandes shows no país. No dia 26, a capital paulista recebeu o festival Summer Breeze, no Memorial da América Latina, com shows do Stone Temple Pilots, Bruce Dicknson e Sepultura. Os artistas também se apresentaram em outras casas fechadas pelo país. O Megadeth também foi um destaque do mês de abril, com espetáculo exclusivo de Dave Mustaine no Espaço Unimed, no dia 18 de abril. Para além do gênero do rock, o hip-hop foi celebrado com o primeiro show do grupo americano clássico dos anos 1990, Wu-Tang Clan, no Brasil, que trouxe participações especiais como Planet Hemp e BK’.
Em maio, o Festival Mita trouxe sua segunda edição ao país, com nomes de grande apelo, como a cantora Lana Del Rey, uma das artistas mais ouvidas do ano. O festival foi dividido entre Rio de Janeiro e São Paulo, focando parte principal de nomes internacionais em artistas femininas, como Florence + The Machine, Haim e Sabrina Carpenter. O evento, como de costume selado na primeira edição, em 2022, também foi realizado em São Paulo, em formato inédito no Vale do Anhangabaú. Na capital paulista, no entanto, os shows aconteceram na primeira semana de junho. Com atrações inéditas, o C6 Fest também foi destaque em maio. O evento de curadoria irmã dos extintos festivais Free Jazz e Tim Festival apostou em grandes nomes da música eletrônica, como Kraftwerk e Underworld, além de revelações do rock e do jazz, como Black Country, New Road e a vencedora do Grammy Samara Joy. O evento aconteceu em São Paulo, no Parque Ibirapuera, e no Rio de Janeiro, em formato enxuto na casa de eventos Vivo Rio.
Junho foi o início da turnê “Cedo Ou Tarde”, da banda NX Zero, que havia anunciado um hiato em 2016. A banda circulou por diferentes estados do país, como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal, investindo no lançamento de uma música nova para celebrar a nova fase do grupo. No mesmo período, o Titãs esgotou três datas no Allianz Parque com os músicos Arnaldo Antunes, Nando Reis, Branco Mello, Charles Gavin, Paulo Miklos e Tony Belotto. As apresentações da formação original da banda incluiu grandes sucessos da carreira, que viveu seu auge entre os anos 1980 e 1990, com músicas como “Comida”, “Família”, “Pra Dizer Adeus”, além de uma homenagem especial ao guitarrista Marcelo Fromer, morto em acidente de carro nos anos 2000. Outras bandas como Restart, RBD, Cine e Forfun seguiram a tendência dos encontros de nostalgia com apresentações especiais e lançamentos durante o ano.
Em setembro, Bruno Mars foi a grande estrela do país. Com um vídeo viral andando pelas ruas do bairro do Pacaembu, na zona oeste de São Paulo, o americano esgotou duas datas na primeira edição do The Town em São Paulo. Pela primeira vez, um festival aconteceu com o Autódromo de Interlagos reformado. Agora, uma parte específica do espaço conta com banheiros ligados ao esgoto, nivelamento do terreno e grama sintética. Outros nomes como Rod Stewart, Ivete Sangalo, Post Malone, Maroon 5 e Foo Fighters também se apresentaram em cidades como São Paulo e Curitiba durante o período.
Em outubro, The Weeknd, o cantor mais popular do mundo no momento, fez três shows no Brasil. Com uma apresentação no Rio de Janeiro, no Estádio Nilton Santos, e duas em São Paulo, no Allianz Parque, o astro do pop esgotou ingressos para o espetáculo da turnê dos álbuns After Hours e Dawn FM, que revelou grandes sucessos como Blinding Lights nos últimos anos. A apresentação contou com um palco extenso que cruzava o gramado das arenas brasileiras, além de estruturas estéticas temáticas. O Evanescence também se apresentou com o maior público de sua história em um show solo no Allianz Parque. Ao todo, 40 mil pessoas assistiram ao espetáculo da banda comandada por Amy Lee.
Em novembro, o Brasil viveu o auge dos grandes eventos no país. RBD trouxe de volta o fenômeno que marcou a adolescência e a infância de milhões de jovens no país, com oitos shows esgotados entre São Paulo e Rio de Janeiro. O músico Roger Waters, do Pink Floyd, trouxe ao país a turnê que deve ser a última internacional de sua carreira, cantando os maiores hits da banda inglesa com mensagens políticas e de protesto. Alanis Morissete fez um show exclusivo, o único na América do Sul, no Allianz Parque, comemorando o aniversário do disco Jagged Little Pill. Também foi a vez dos brasileiros receberem – e se assustarem – com a dimensão do fã-clube de Taylor Swift no Brasil. A diva pop veio ao país com a “The Eras Tour”, a turnê mais lucrativa do ano. Os shows no Rio de Janeiro foram marcados por uma grande onda de calor, que causou o desmaio de mil pessoas, queimaduras corporais e a morte da estudante Ana Clara Benevides. Em resposta, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) publicou portaria no dia 22 de novembro que obriga a distribuição gratuita de água em eventos feitos em dias de altas temperaturas. Antes, grandes eventos não necessariamente forneciam água e também impediam a entrada da bebida em determinados recipientes.
Em dezembro, o Primavera Sound se consolidou no país com segunda edição, que recebeu cerca de 50 mil pessoas no Autódromo de Interlagos. O show do The Cure foi um marco e registrou recorde de maior tempo de duração de uma apresentação em edição do festival espanhol no país. A apresentação vem meses antes do lançamento do novo e último álbum da carreira da banda gótica britânica, que pode se aposentar dos palcos em breve. Paul McCartney também marcou presença com a turnê “Got Back”, com apresentações em Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro. Fãs da estrela dos Beatles acreditam que esta pode ser a última série de apresentações do músico em países fora do Reino Unido. Atualmente, Paul tem 81 anos, mas ainda oferece uma apresentação com mais de duas horas de duração.
Fonte: Jovem Pan
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