No Piauí, Hidrogênio Verde vai gerar 10 mil empregos; União Europeia sinaliza com usina em Parnaíba

A construção de um parque de hidrogênio verde em Parnaíba envolve investimentos de 10 bilhões de euros (R$ 50 bilhões)

Por Portal O Piauí em 11/12/2023 às 14:12:00
 Ursula von der Leyen com o presidente Lula, encontro que começa a dar bons frutos na área de investimentos no Brasil, especialmente no Estado do Piauí

Ursula von der Leyen com o presidente Lula, encontro que começa a dar bons frutos na área de investimentos no Brasil, especialmente no Estado do Piauí

O presidente da Agência de Atração de Investimentos Estratégicos do Piauí S/A (Investe Piauí), Victor Hugo, concedeu, nesta terça-feira (28), coletiva de imprensa para apresentar os detalhes sobre os investimentos bilionários na produção de hidrogênio do Piauí e um balanço das viagens internacionais realizadas ao longo de 2023 pelo governador Rafael Fonteles.

Um dos resultados dessas viagens, na Semana Europeia de Hidrogênio, no dia 20 deste mês, a presidente da União Europeia (UE), Ursula von der Leyen, acenou o apoio para a construção da usina de hidrogênio verde em Parnaíba, no litoral do estado.

Com a usina já licenciada em Parnaíba, Victor Hugo explicou que o Piauí tem se tornado uma "meca" para os investidores neste setor em todo o mundo da área devido ao ambiente e recursos naturais propícios para a produção do combustível renovável. Isso porque, 70% do custo de produção do hidrogênio é associado à facilidade de água, zonas de processamento de exportação e incentivos fiscais.

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"O Piauí apresenta um fator raro no mundo: abundância de sol, vento e água tanto no subsolo quanto nos rios. Esses três recursos, aliados à existência da Zona de Processamento e Exportação que temos localizada em Parnaíba, oferecem condições ideais para atração desses investimentos concretos no Piauí", declarou o presidente.

Victor também ressaltou que, no mês de outubro, a empresa europeia Green Energy Park (GEP) assinou com o Governo do Piauí uma carta de intenções para o projeto de hidrogênio verde. O acordo prevê, com investimentos de 10 bilhões de euros (R$ 50 bilhões), a construção de um parque de hidrogênio verde em Parnaíba. "A expectativa inicial de produção é de 5GW de amônia verde por ano", complementa o presidente.

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Investimentos iniciais

De acordo com Victor Hugo, serão investidos em torno de 14 bilhões de euros (60 bilhões), para garantir o parque de energia verde com uma instalação de produção de 10 gigawatts de hidrogênio limpo e amônia. Para isso, também será construído o terminal de amônia no Porto de Luís Correia, que será utilizado para receber o H2V em estado de amônia e garantir a logística pelos canais de acesso da Europa.

Para garantir a produção de hidrogênio verde, o projeto vai precisar passar por fases até 2035, sendo a primeira etapa prevista para ser inaugurada em 2027. "Para garantir a competitividade do potencial energético do Piauí, precisaremos estabelecer um cronograma mais detalhados às empresas e garantir condições de exportação e produção do combustível", detalha o presidente. "É um projeto minucioso, bem complexo, mas que conta com investimentos e ações concretas por parte do estado para que se torne realidade", complementa Victor.

Empregos verdes

Atualmente, duas instituições internacionais já foram contratadas para avaliar o impacto do investimento, tanto na geração de empregos, quanto na economia piauiense. Segundo Victor Hugo, a expectativa é que sejam gerados até 10 mil ocupações, ou empregos verdes, ligado diretamente à cadeia de produção do combustível no Piauí.

Piauí na COP

Nesta quarta-feira (29), Victor Hugo Almeida e o governador Rafael Fonteles (PT) embarcam para Dubai junto à comitiva do presidente Lula, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023, a COP28. No evento, eles vão apresentar também o projeto do hidrogênio verde e explicar as potencialidades do estado e o panorama da transição energética do estado no Brasil.


Usina será instalada na ZPE de Parnaíba

A União Europeia (UE) anunciou, na segunda-feira (20/11), a construção de uma usina para produção de hidrogênio verde e amônia no Brasil. De acordo com a presidente da UE, Ursula von der Leyen, ela será instalada no litoral do Piauí, na Zona de Exportação de Parnaíba (ZPE). Este anúncio faz parte da expansão de projetos dentro do Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2), liderado pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

O projeto no Brasil será um dos maiores do mundo em Hidrogênio Verde (H2V). "Faz parte de um investimento global de dois bilhões de euros na cadeia do hidrogênio no Brasil. Este novo parque de energia verde terá uma instalação de produção de 10 gigawatts de hidrogênio limpo e amônia", destacou Ursula ao anunciar junto ao presidente Lula.

Segundo estimativas do MME, o país tem potencial para produzir 1,8 gigatoneladas de hidrogênio de baixa emissão de carbono por ano. Projeções atuais posicionam o país com o menor custo de produção de hidrogênio de baixa emissão e derivados. O Brasil já possui cerca de US$30 bilhões em projetos anunciados de hidrogênio de baixa emissão de carbono no país, viabilizando milhões de empregos.

Com a instalação da usina, a expectativa é de promover desenvolvimento no país, segundo a presidente da UE. "O hidrogênio limpo e amônia serão então enviados para a ilha de Krk, na Croácia. A partir daí, o hidrogênio viajará para servir compradores industriais no sudeste da Europa e, paralelamente, este projeto criará empregos locais e cadeias de valor no Brasil", ressaltou.

As obras estão previstas para iniciar no final de 2024, pela empresa europeia Green Energy Park (GEP). O começo das operações está previsto para 2026. A usina deve aproveitar a estrutura do Porto de Luís Correia para exportar o hidrogênio.

Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono

O país tem grande potencial de produção e no mercado de hidrogênio de baixa emissão de carbono, e se mostra protagonista na transição energética. O Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2) é uma das peças chave do MME para compor um portfólio de ações, programas e iniciativas de uma Política Nacional de Transição Energética.

A energia limpa, segura e competitiva como fator de crescimento econômico e adensamento industrial e tecnológico coloca o Brasil como o grande celeiro mundial da transição energética, em função das potencialidades que o país possui.

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