Empresas e entidades investem na oferta de turismo de experiência étnico-afro no Brasil

Rota turística valoriza comunidades negras tradicionais

Por Portal O Piauí em 22/11/2021 às 23:24:52
O MIMBÓ, NO PI, TEM POTENCIAL COM MIRANTE E CAVERNAS

O MIMBÓ, NO PI, TEM POTENCIAL COM MIRANTE E CAVERNAS

TURISMO VAI AJUDAR NA GERAÇÃO DE RENDA NO MIMBÓ

De acordo com a idealizadora do empreendimento, Solange Cristina Barbosa, o projeto nasceu a partir da vivência dentro do curso de turismo e da potencialidade que a região da Serra da Mantiqueira, Vale do Paraíba e o litoral norte de São Paulo possuem. Além disso, ela comenta que o retorno do turista tem sido bem positivo. "A experiência é muito válida no sentido de que as pessoas que não conhecem a cultura e a história do negro a fundo, quando se deparam com momentos dentro dos quilombos, se surpreendem e se sentem muito felizes", disse.

Solange é credenciada no Cadastur e sua agência possui o selo "Turismo Responsável". Crédito: Arquivo Pessoal

Outra agência especializada no produto é a "Brafika". A empresa oferta viagens a lugares que trazem a forte história ancestral sobre a população negra, como no Quilombo dos Palmares, em Alagoas, e a Rota Afro Piracicaba, que aborda as histórias pretas do interior paulista. A proprietária da agência, Bia Moremi, comenta que a ideia de ofertar esses produtos partiu da vontade de conhecer um pouco mais da própria história. "Estava conversando com um amigo durante uma festa e falei: poxa vida, da próxima vez que eu for viajar eu queria que fosse para um lugar que tivesse um pouco da minha história, um pouco da vivência do continente africano", relatou.

Moremi destaca que uniu a sua formação original, a Química, com o turismo e agora oferta muito mais do que uma viagem à cultura da população negra, mas ao histórico do turista. "Desde o começo da empresa, a minha ideia era atrelar as nossas viagens ao teste de DNA por eu ter esse background acadêmico de Química. Para mim, era uma junção muito óbvia de fazer o teste de DNA e ter ele como uma fonte de informação para poder fazer esse roteiro de viagem", concluiu.

Grupo de turistas da Agência Brafika durante viagem ao estado de Alagoas. Crédito: Arquivo Pessoal

De acordo com o Ministério do Turismo, o Turismo Étnico, "constitui-se de atividades turísticas envolvendo a vivência de experiências autênticas e o contato direto com os modos de vida e a identidade de grupos étnicos".

Esse tipo de atividade envolve as comunidades representativas dos processos imigratórios europeus e asiáticos, as comunidades indígenas, as comunidades quilombolas e outros grupos sociais que preservam seus legados étnicos como valores norteadores de seu modo de vida, saberes e fazeres.

MIRANTE DO MIMBÓ, NO PI, É EXCELENTE PONTO TURÍSTICO

ROTAS QUILOMBOLAS – Além dos serviços ofertados, o Brasil possui diversos roteiros turísticos que envolvem a cultura afro-brasileira. A mais conhecida é a de União dos Palmares, em Alagoas. O local foi declarado Patrimônio Histórico do Brasil e abrigou o maior quilombo brasileiro.

Na Região Sudeste, os turistas podem aproveitar a rota dos Quilombos, em Minas Gerais. Ao todo, a região contempla 12 comunidades quilombolas no Vale do Jequitinhonha, além de 10 roteiros diferentes de turismo de base comunitária.

Ainda no Sudeste, o Cais do Valongo, se destaca como a principal porta de entrada de escravos das Américas. Situado no Rio de Janeiro, o local contou com a entrada de aproximadamente um milhão de negros escravizados, nos mais de três séculos de duração do regime escravagista.

O Circuito Histórico e Arqueológico da Herança Africana no Rio de Janeiro inclui seis atrativos nos bairros de Santo Cristo, Saúde e Gamboa. Além das ruínas do Valongo, a nova zona portuária carioca, batizada de Porto Maravilha, inclui, ainda, entre outros atrativos, o Boulevard Olímpico, museus e o Oceanário AquaRio. Os roteiros também incluem aulas de percussão, capoeira e samba.

NO PIAUÍ, O QUILOMBO MIMBÓ PROMISSOR PARA A ÁREA DO TURISMO DE EXPERIÊNCIA QUE ATRAI PESSOAS DO MUNDO INTEIRO

No Norte do país, mais precisamente em Mateiros (TO), é possível conhecer um pouco da história e do artesanato do Quilombo Mumbuca. Formada por uma grande família que se originou de remanescentes de quilombolas e indígenas que habitavam a região, o local tem o artesanato de capim dourado e a agricultura familiar como base da economia. Uma vez por ano, geralmente em setembro, é realizada a festa da colheita do capim dourado com manifestações culturais, cantorias e rodas de conversa que têm o objetivo de manter as tradições.

Por Victor Maciel

Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo

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