As ações de empresas brasileiras negociadas em Nova York sentiram o impacto da aversão ao risco global nesta terça-feira, com o índice Dow Jones Brazil Titans 20 ADR e o ETF EWZ registrando quedas significativas. O movimento ocorre em um contexto de tensões comerciais intensificadas pelas tarifas impostas por Donald Trump sobre a China, Canadá e México.
O Dow Jones Brazil Titans 20 ADR, que acompanha o desempenho das principais empresas brasileiras listadas na B3 com recibos de ações negociados nos Estados Unidos, apresentou uma desvalorização de 1,42%, atingindo 15.746,98 pontos. Paralelamente, o EWZ, principal ETF brasileiro negociado no mercado americano, que replica o índice MSCI Brazil, registrou uma queda de 1,62%, cotado a US$ 23,75, às 11h40 (horário de Brasília).
A sessão de aversão ao risco foi desencadeada pelo anúncio de tarifas sobre a China, Canadá e México, levando a retaliações imediatas. Wall Street também registrou perdas de cerca de 1% na abertura dos mercados, refletindo a preocupação dos investidores com o cenário comercial global.
As novas tarifas de 25% impostas sobre as importações do México e do Canadá entraram em vigor nesta terça-feira, juntamente com a duplicação das tarifas sobre os produtos chineses para 20%, dando início a novos conflitos comerciais com os três principais parceiros comerciais dos Estados Unidos. A China respondeu com tarifas adicionais de 10% a 15% sobre importações dos EUA e restrições de exportação.
Em entrevista à Fox News, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, prometeu desregular os bancos e reduzir as taxas de juros, criticando o modelo de exportação chinês como "inaceitável".
"Acho que é mais uma continuação de uma série de notícias econômicas ruins que tendem a diminuir um pouco o otimismo que vimos nos lucros do quarto trimestre que foram divulgados, que foram muito bons", disse James St. Aubin, diretor de investimentos da Ocean Park Asset Management.
Os mercados permanecem cautelosos em relação às políticas de Trump, especialmente no que diz respeito ao comércio internacional. A incerteza em torno dessas políticas tem contribuído para a volatilidade e a aversão ao risco nos mercados financeiros.
"Há muita incerteza quanto à política de Trump. Certamente, as demissões fazem parte disso, mas também a política comercial. Acho que tudo isso está trabalhando contra a confiança, forçando esse tipo de mentalidade de copo meio cheio a ficar em segundo plano e trazendo à tona um pouco da mentalidade de copo meio vazio, que vem e vai." concluiu James St. Aubin.
O mercado brasileiro, que retorna às operações na quarta-feira (5) após o Carnaval, deve reagir a esses eventos globais, com investidores atentos aos desdobramentos das tensões comerciais e seus possíveis impactos na economia local.
*Reportagem produzida com auxílio de IA