Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Samuel Oliveira

Promessa da natação paralímpica quer seguir legado de Daniel Dias

Samuel Oliveira esteve lado a lado com o ídolo Daniel Dias em 2021, durante a seletiva para formação da seleção brasileira que iria disputar a...


Samuel Oliveira esteve lado a lado com o ídolo Daniel Dias em 2021, durante a seletiva para formação da seleção brasileira que iria disputar a Paralimipíada de Tóquio - Ale Cabral/CPB/Direitos Reservados

A frustração pelo sonho adiado deu lugar à ação. Samuka decidiu se mudar de São Paulo para Uberlândia (MG), passando a integrar a equipe paralímpica do Praia Clube. Um dos parceiros de agremiação é o primo Tiago Oliveira - que o tentou ajudar a tirar a pipa da árvore e também foi atingido pela descarga elétrica, precisando amputar os braços. Os dois, inclusive, foram juntos ao pódio da prova dos 200 m nado medley do Mundial de Funchal (Samuel conquistou a prata e Tiago foi bronze).

Além do primo, Samuel nada com outros atletas experientes em competições pela seleção brasileira, como os campeões paralímpicos Talisson Glock e Gabriel Bandeira e Andrey Garbe, bronze nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. Ao lado principalmente deste último, que perdeu a perna direita devido à trombose e à meningite bacteriana, Samuka passou a gravar vídeos, publicados nas redes sociais, tratando as respectivas deficiências físicas de forma bem-humorada.

"[Queremos] mostrar às pessoas que têm deficiência que não somos coitados. Uma maneira de se divertir, distrair, mostrar do que você é capaz. É engraçado e gratificante saber que nossos vídeos chegam a tantos lugares. Antes de perder os braços, eu não conhecia nenhuma outra [pessoa com] deficiência. Somente cadeirantes. Então, é importante mostrar ao público que não somos somente deficientes, mostrar nossa rotina e como lidamos com a deficiência", destacou o atleta, que aprendeu a nadar durante a reabilitação, na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), em São Paulo.

Expectativas

As comparações e expectativas em torno de Samuel também são reconhecidas - com a devida cautela - por quem trabalha diretamente com ele. Caso do técnico Alexandre Vieira, que treina o nadador no Praia Clube desde o começo de 2022 e integra a comissão técnica da seleção brasileira há cerca de 12 anos, convivendo com o próprio Daniel Dias no período.

"A gente nunca colocou para o Samuel que ele substituiria o Daniel. Até porque acho difícil ter outro Daniel, que era fora da curva. Eles são muito parecidos no potencial. Acredito que a maturidade do Daniel fez toda a diferença e o Samuka está se encaminhando para isso. Trabalhamos muito esse lado de saber das expectativas, o que é real, o que não, mas principalmente entender que ele precisa ser o Samuel, não outro Daniel", analisou Alexandre, que realiza, com o pupilo, um trabalho que leva em conta o tipo de deficiência física do atleta. "Em Uberlândia, temos 23 atletas [paralímpicos], então são 23 treinos diferentes. Como não tem os braços, o Samuel precisa ficar bom não somente nas pernas, mas nos fundamentos. Acho que isso foi o ponto fundamental para ele ter evoluído as marcas", completou o treinador.

No ano passado, Samuel Oliveira estreou em Mundiais, na edição da Ilha da Madeira (Portugal) e faturou cinco medalhas, mesmo total que Daniel Dias amealhou na edição de Durban (África do Sul) em 2006 - Ale Cabral/CPB/Direitos Reservados

Nesta temporada, Samuel será colocado à prova em duas competições fundamentais: o Mundial de Manchester (Reino Unido), de 31 de julho a 6 de agosto; e os Jogos Parapan-Americanos de Santiago (Chile), entre 17 e 26 de novembro. Na primeira delas, ele já pode, inclusive, garantir vaga na Paralimpíada de Paris (França), em 2024. A expectativa, porém, é que a edição deste ano seja mais competitiva que a de Portugal, que foi impactada pela ausência, principalmente, dos nadadores chineses, que vêm dominando a categoria de Samuka nos últimos eventos.

"O Samuel tem noção de que, no Mundial [de Portugal], os principais concorrentes não estavam presentes. Ele faz um acompanhamento com nosso psicólogo, que o está preparando para qualquer resultado, seja positivo ou não tão positivo. O grande X não é nem [enfrentar] os chineses, mas mostrar ao Samuel que ele precisa ser melhor que ele mesmo. E as medalhas são consequência", projetou Alexandre.

"Não será fácil. Estamos treinando estratégias para ganhar as provas e bater recordes. Tenho certeza que não é a primeira vez que vou surpreender. Não conheço [os chineses] pessoalmente, assisti algumas provas. [No Mundial], eles podem aguardar um Samuel que nunca viram, podem ter certeza", concluiu Samuka.

Agência Brasil

Esportes Samuel Oliveira Paris 2014 Mundial Esportes Natação Paralímpica Daniel Dias Ouro Ilha Da Madeira Durban Paralimpíada De Paris

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!