Lula recebe Boric e defende integração sul-americana

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira (22), não querer uma nova guerra fria nem optar entre Estados Unidos ou China.

Por Portal O Piauí em 22/04/2025 às 21:40:48

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira (22), não querer uma nova guerra fria nem optar entre Estados Unidos ou China. Ao receber o presidente do Chile, Gabriel Boric, para visita de Estado no Palácio do Planalto, Lula defendeu ainda a integração dos países da América do Sul e a cordialidade nas relações comerciais.

“A nós, brasileiros, não agrada essa disputa estabelecida pelo presidente [dos Estados Unidos, Donald] Trump. Eu acho que ela não é conveniente para os Estados Unidos, não é conveniente para a China e não é conveniente para nenhum país do mundo”, disse Lula.

Além dos acordos e memorandos assinados durante a cerimônia, também foram firmados outros novos atos nos seguintes temas: colaboração acadêmica em defesa; intercâmbio de artistas e difusão recíproca da arte; incentivo a micro e pequenas empresas e cooperativas; área de pesca; e uso de certificação eletrônica para comércio de produtos de origem animal.

Após a agenda no Palácio do Planalto, as autoridades seguiram para o Palácio Itamaraty, onde estava programado um almoço. Ainda hoje, Lula e Boric participam do encerramento do Foro Empresarial Chile-Brasil, na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe o presidente do Chile, Gabriel Boric, em cerimônia oficial, no Palácio do Planalto. Marcelo Camargo/Agência Brasil

Diversificação

A visita do chileno Gabriel Boric busca promover a diversificação das relações entre Brasil e Chile, com uma maior integração logística e comercial. Nesta quarta-feira (23), ele também participa de um evento que vai discutir o Corredor Bioceânico, via que ligará o Centro-Oeste brasileiro aos portos do Norte do Chile.

A obra de infraestrutura, também em parceria com Paraguai e Argentina, estará concluída em pouco tempo, e os países discutem, agora, como garantir que os serviços fronteiriços e logísticos sejam ágeis e modernos. Os portos chilenos deverão desempenhar parte central da logística para o acesso a mercados do Pacífico. “Isso é integração, não somente fotos de cúpulas [de líderes]”, disse Boric.

O presidente chileno lembrou ainda a visita oficial que o presidente Lula fez ao Chile, em agosto do ano passado, com uma grande comitiva de ministros e empresários, quando foram assinados 19 atos bilaterais. “Isso mostra como é profunda essa relação e a tremenda diversidade que queremos trabalhar”, afirmou.

Os dois países têm mais de 100 acordos bilaterais em vigor e um comércio equilibrado, mas ainda pouco diversificado na visão do chileno. Entre os setores que podem ser explorados, Boric citou investimentos financeiros, transporte e tecnologia da informação.

O Brasil é o terceiro maior parceiro comercial do Chile, com um intercâmbio comercial que atinge US$ 12 bilhões por ano. O país vizinho exporta para o mercado brasileiro, basicamente, cobre, pescados e minérios. O Brasil também é o primeiro destino das exportações de vinho.

Por outro lado, o Chile é o sexto maior destino das exportações do Brasil; sendo petróleo, carne bovina e automóveis os principais produtos exportados.

O Brasil é o maior investidor latino-americano dentro do Chile, em setores como energia, serviços financeiros, alimentos, mineração, construção e fármacos.

No sentido inverso, o país também é o principal destino dos investimentos chilenos no exterior, com quase 30% do estoque total. As empresas chilenas atuam no Brasil em áreas como celulose, varejo e energia, sendo a companhia aérea Latam a maior empresa chilena em operação no Brasil.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe o presidente do Chile, Gabriel Boric, em cerimônia oficial, no Palácio do Planalto Marcelo Camargo/Agência Brasil

Fonte: Agência Brasil

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