O Vaticano anunciou nesta segunda-feira o falecimento do Papa Francisco, dando início a uma série de rituais tradicionais que marcam a transição de um papado para outro. A maioria dos procedimentos é regida pela constituição Universi Dominici Gregis, estabelecida pelo Papa João Paulo II e revisada por seus sucessores.
Durante o período de "sede vacante", o Cardeal camerlengo Kevin Farrell, um irlandês-americano, assume a administração dos assuntos da Igreja Católica, que congrega cerca de 1,4 bilhão de fiéis. Uma de suas primeiras tarefas é confirmar oficialmente a morte do Papa, um processo que hoje envolve um atestado médico. Antigamente, essa confirmação era feita de maneira mais simbólica.
"Ele confirma oficialmente a morte do papa, uma questão simples nos dias de hoje que envolve um médico e um atestado de óbito." informa a constituição Universi Dominici Gregis.
O camerlengo, junto a três cardeais assistentes com menos de 80 anos, define o momento em que o corpo do Papa será levado para a Basílica de São Pedro para as homenagens públicas. Eles também garantem a destruição do "Anel do Pescador" e do selo de chumbo do Papa, impedindo seu uso indevido. Não é realizada autópsia.
Após a morte, a residência pessoal do Papa é trancada e selada. Francisco, diferentemente de seus antecessores, residia em uma suíte na casa de hóspedes Santa Marta. O camerlengo e os demais cardeais estão impedidos de tomar decisões que alterem os ensinamentos da Igreja. Os chefes dos departamentos do Vaticano renunciam aos seus cargos até que o novo Papa os confirme ou substitua.
Os ritos de luto se estendem por nove dias, com a data do funeral e do sepultamento a ser definida pelos cardeais, devendo ocorrer entre o quarto e o sexto dia após a morte. O próprio Francisco, conhecido por sua postura mais austera, simplificou os ritos fúnebres papais em 2024.
A missa fúnebre será realizada na Praça de São Pedro, mas, ao contrário de seus antecessores, Francisco solicitou ser sepultado na Basílica Maior de Santa Maria, próximo à sua imagem favorita de Nossa Senhora, em um caixão simples de madeira.
Após a morte do pontífice, cardeais de todo o mundo se reúnem em Roma para as congregações gerais, onde debatem as qualidades desejáveis para o novo Papa. Cardeais com 80 anos ou mais podem participar das congregações, mas não têm direito a voto no conclave.
O conclave, reunião dos cardeais eleitores, é realizado na Capela Sistina. Os participantes são proibidos de se comunicar com o mundo exterior, e a polícia do Vaticano garante o cumprimento das regras. As votações ocorrem duas vezes ao dia, e a eleição requer uma maioria de dois terços mais um.
O mundo é notificado da eleição de um novo Papa através da fumaça branca que emana da chaminé da Capela Sistina. O cardeal diácono sênior anuncia "Habemus Papam" da sacada da Basílica de São Pedro, e o novo papa concede sua primeira bênção à multidão.
*Reportagem produzida com auxílio de IA