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Museu no Cristo Rei, em Teresina, abriga peças raras da história mundial e desponta com grande potencial no turismo

O Museu Dom Avelar Brandão Vilela, em Teresina, tem 20.800 peças expostas, sendo que várias delas são raríssimas, como moedas datadas de 800 d.C.

Por José Guilherme, diretor do portal em 02/09/2024 às 09:10:55
Museu no Cristo Rei está entre as principais opções para os turistas que gostam de curtir uma experiência que mistura história e cultura

Museu no Cristo Rei está entre as principais opções para os turistas que gostam de curtir uma experiência que mistura história e cultura

O Museu Dom Avelar Brandão Vilela, em Teresina, idealizado por Pedro Biondan Maione, um padre jesuíta italiano, desponta na cidade como uma relevante opção de visitações para a população, e especialmente para os turistas que primam por uma experiência que fala a língua do lugar, misturando história, arte, ciência e cultura.

O museu abriga 20.800 peças catalogadas, sendo que várias são raríssimas como moedas datadas de 800 d.C. e diploma enviado ao Piauí pelo Papa Francisco em homenagem às ações prestadas pelo pároco.

Grande parte das peças encontra-se exposta, e outra parte está guardada na reserva técnica da instituição, localizada na rua Poeta Domingos Fonseca, 1310, bairro Cristo Rei, área central de Teresina.




A diretora a Fundação Cultural Cristo Rei, Mônica Mendes, que recebeu a equipe do Portal O Piauí no museu, disse que o acervo da instituição vem atraindo a atenção das pessoas pela riqueza e pelas peças raras no Estado.

"Visitar o Museu Dom Avelar é uma experiência muito especial, porque o acervo é bastante eclético, onde nós temos uma coleção de Numismática [moedas e medalhas], Arte Popular Mundial [objetos de vários países], Conquiliologia [estudo das conchas dos moluscos], Arqueologia, Mineralogia, Paleontologia [animais taxidermizados], dentre outros. É um acervo muito bonito, e rico em informação. É uma visita que vale a pena. Desperta a curiosidade, e leva os visitantes a conhecerem nossa história quanto seres humanos, tanto no Piauí, quanto no mundo", afirma Mônica.

A diretora do Museu, Mônica Mendes, fala sobre a importância das pessoas irem ao museu, apontando que isso ajuda muito no crescimento humano.

O museu é credenciado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e graças ao órgão, ele foi reformado e reinaugurado em 2019 para receber o público em geral.

"O que motivou a reforma pelo IPHAN foi um problema ambiental, quando a construtora Queiroz Galvão construía um parque eólico [na Serra do Araripe, em Caldeirão Grande do Piauí] e foram destruídos três sítios arqueológicos. Assim, foi realizado na época um Termo de Ajuste de Conduta para que a empresa a fizesse uma compensação do prejuízo causado ao ambiente. E essa compensação foi exatamente a reforma que aconteceu aqui no museu. O IPHAN escolheu a fundação para receber essa compensação. Uma reforma com pintura, climatização, mobiliário novo, novo projeto expográfico", explicou a diretora.


O prédio possui um Laboratório de Arqueologia, com reserva técnica de material arqueológico, já que a instituição é credenciada para fornecer endosso institucional para pesquisa arqueológica, que autoriza o oferecimento de licenciamento ambiental para obras, e é instituição de guarda definitiva de material arqueológico. Além do museu, o prédio conta com a Biblioteca Padre Gabriel Malagrida, Auditório, Laboratório de Arqueologia e uma sala em homenagem ao padre Pedro Maione.

Ainda de acordo com a diretora do local, o museu não possui fonte de renda própria. Para a sobrevivência do local, é cobrada uma taxa simbólica de entrada de R$2,00 a meia, e R$4,00 a inteira, e uma pequena doação daqueles que utilizam o espaço para estudos e outros fins. Para quem quiser doar, ou para quem for pagar a entrada, o local dispõe da chave pix: 34.965.434/0001-48.


INSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO AJUDA O MUSEU

Além disso, há a ajuda oferecida pela Associação Beneficente Maria e Tsu Hung Sieh (ABMTHS), de São Paulo, instituição que promove o potencial humano entre os mais necessitados do Brasil.

"Nós temos uma obra social aqui no prédio do museu que atende 35 crianças, cujo único requisito é ser matriculado na rede pública de ensino. E para esse projeto recebemos um apoio dessa instituição, controlada por uma empresa do ramo de tecidos, que paga o salário de duas professoras que acompanham essas crianças", disse Mônica.

O museu sempre concorre a editais de fomento a cultura em âmbito municipal, estadual e federal. Atualmente almeja receber incentivo do Ministério da Cultura por meio da Lei Rouanet.

O Museu Dom Avelar Brandão Vilela funciona de terça à sexta, das 9h às 12h, e das 13h30 às 17h; e aos sábados, das 9h às 12h. Lembrando que a entrada custa R$4,00 a inteira, e R$2,00 a meia. O instagram é @museudomavelar. E para quem deseja marcar visitas escolares ou coletivas, basta ligar para (86) 3223-6622.

Fachada do do prédio do Museu tem símbolo da Cruz de Santo André e da cruz do cristianismo

O museu faz campanha por doações para que possa manter o local e dar continuidade à obra deixada pelo Padre Maione, proporcionando espaço de cultura, estudos, turismo e de lazer para as famílias.

É uma visita que vale muito a pena ser feita. Um local que é pouco conhecido do grande público precisa ser muito enaltecido. O padre Pedro Maione, que faleceu em novembro do ano passado, aos 97 anos, participava ativamente do dia a dia do local, e deixou um legado de perseverança e de esperança aos mais vulneráveis.

"Se tivesse que morrer e nascer novamente, mil vezes faria a mesma coisa. Estou plenamente satisfeito, nunca voltaria atrás. Se voltasse atrás seria para fazer melhor", palavras do pároco ao relembrar fatos que marcaram a sua vida. Essas palavras provam o amor e o carinho do italiano pela obra. Portanto, desbrave o museu e sua riqueza.


SONHO DE UM PADRE JESUÍTA QUE VIROU REALIDADE

No ano de 1964, chegava à Teresina o padre Pedro Biondan Maione, jesuíta nascido em Verona, na Itália. Iniciou sua vida na capital, lecionando no colégio Diocesano.

Anos depois, já na década de 70, a convite do então arcebispo da cidade, dom Avelar Brandão Vilela, fundou a paróquia do bairro Cristo Rei, e consequentemente se tornou o primeiro padre dessa paróquia, na época que o atual bairro era uma localidade de quintas e sítios.

Já nesse início, o padre Pedro desejava disponibilizar cultura de forma gratuita, sobretudo aos mais carentes. Esse trabalho iniciou no Centro Social da Paróquia.

Entretanto, com a expansão do acervo, o padre decidiu construir um prédio para abrigar todas as peças que já possuía. Daí surgiu, no ano de 1990, o Museu Dom Avelar Brandão Vilela, nome dado em homenagem ao arcebispo. O sonho do padre jesuíta passava a se transformar em realidade.


A primeira diretora da Fundação Cristo Rei, Lygia de Souza Martins, que foi pioneira nos trabalhos sociais ligado à Igreja em Teresina.

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