"Minha maior saudade é do abraço piauiense", diz jornalista do Piauí que mora no Rio de Janeiro

"Eu não troco os amigos piauienses por nada"

Por Portal O Piauí em 12/11/2021 às 06:43:56

A jornalista Larissa Machado é piauiense. Aquariana, ela se auto intitula "Filha da Chiquita Bacana" em referência à canção de mesmo nome do cantor e compositor baiano, Caetano Veloso.

Ama o carnaval e tudo o que traz alegria. Atualmente, trabalha como assessora de comunicação no âmbito da agricultura familiar no Rio de Janeiro. Companheira de Rodrigo Dias, mãe da Maria Valentina (11) e do Felipe (01). Lava louça ouvindo Gipsy Kings, Olodum, Banda Relexu's, Belchior, Noite Ilustrada, Nat King Cole e mais uma salada musical! Sua maior paixão é a dança!



QUAL SUA MAIOR SAUDADE DO PIAUÍ?

Minha maior saudade é do abraço piauiense. Quem nasce no Piauí já traz consigo o dom do melhor abraço. É dentro dele onde me sinto segura, amada, reconhecida como ser humano. Quando um piauiense abraça, tenha certeza que é um ato legítimo; é de verdade! E disso, tenho muita saudade!



QUE COISAS DO PIAUÍ VOCÊ NÃO TROCA JAMAIS?

Eu não troco os amigos piauienses por nada. Os meus amigos são os melhores do mundo! Também não troco nossa culinária tão bem representada por delícias como a maria isabel, o baião-de-dois, a carne de sol, o bolo frito, o caranguejo mais saboroso das galáxias. A manga rosa doce feito mel. Nada melhor para se refrescar debaixo desse calor tão nosso quanto uma cajuína geladinha.



O QUE LEVOU VOCÊ A MORAR EM OUTRO ESTADO?

Morar fora do Piauí nunca foi um desejo, um pensamento. Pelo contrário. Sempre me reconheci feliz no meu estado. Acontece que o destino nos prega peças. Comecei a namorar um carioca e a coisa foi ficando cada vez mais séria.

Por conta das nossas agendas, nos encontrávamos em tudo que era cidade do Brasil e de maneira bem espaçada. Até que ficou insustentável e decidimos morar juntos. Eu e minha filha, Maria Valentina, à época com nove anos, nos mudamos em janeiro de 2019 para o Rio de Janeiro, onde moramos atualmente.



FALE UM POUCO SOBRE SUAS EXPERIÊNCIAS DE VIDA, COSTUMES, NOVAS AMIZADES, ESCOLAS PARA OS FILHOS.

Mudar para um estado onde não se conhece ninguém é, no mínimo, desafiador. Me vi recomeçando a vida quase do zero. Por sorte, destino, ou sei lá o quê, consegui um trabalho no Rio dois meses depois da mudança; o que me encheu de esperança de que tudo daria certo. Eu tinha também muito receio de como seria a adaptação da minha filha, onde estudaria e tantas outras questões envolvidas no ato de recomeçar. Pois bem. Mais uma vez, por sorte, destino, ou sei lá o quê, consegui uma excelente bolsa para Maria Valentina estudar em uma escola tradicional que, "por coincidência", fica bem na frente do prédio onde moramos. Acredita?

Depois disso, entendi que quando Deus planeja algo, isso inclui o percurso inteiro. Minha filha começou a estudar e fez mais amizades do que já havia feito em toda sua vida morando em Teresina. Se adaptou superbem e já está até chiando como os cariocas (risos). Sobre minhas amizades aqui, ainda estou em um movimento meio tímido.



PRETENDE VOLTAR A MORAR NO PIAUÍ OU SÓ A PASSEIO?

Ainda não pensei sobre isso, mas o Piauí é minha casa. Se algum dia, por alguma razão, não morar mais aqui, certamente, voltarei para o meu lugar. No momento, vou só a passeio, mas só de pensar em talvez um dia voltar a morar no Piauí, meu olho já brilha.


VOCÊ DEIXOU ALGUM ANIMAL DE ESTIMAÇÃO EM TERESINA OU ADOTOU ALGUM DEPOIS QUE CHEGOU AÍ?

Não. Nem deixei em Teresina, nem adotei aqui. Criar um animal requer muita responsabilidade material e emocional. Sempre trabalhei muito e, por receio de não corresponder às necessidades deles, não os tinha. Aqui no Rio, é a mesma questão, acrescida a outra. Não é permito ter animais de estimação no apartamento onde moro.


O QUE É O PIAUÍ PARA VOCÊ?

No Dia do Piauí deste ano, fiz um poema dizendo como vejo meu estado. Olha só!


AMOSTRADO

Deito e olho o contorno do seu corpo.

O trajeto da minha visão desenha uma meia.

São tantas curvas e também retas

Nos vaivéns da sua vida.

Dunas, mares, rios

Verde e também aridez no solo,

Mas nunca no peito.

Tem vento gerando energia

E sol que produz luz também.

A maciez das tuas águas

Se contrapõe ao ardor dos teus raios logo cedo.

És a mordida suculenta na fruta colhida à mão

Quando debaixo de cada sorriso mostra tua força

Sem nunca perder a doçura e o tesão de ser quem é!




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